O jogador de vôlei Wallace Leandro de Souza terá a redução de sua punição. É o que anunciou nesta segunda-feira (15), o Comitê Olímpico do Brasil (COB).

O COB chegou um acordo com a Confederação brasileira de vôlei e com o jogador de vôlei.

Atleta foi punido após de fazer uma postagem no Instagram sobre um tiro no presidente Lula.

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Para o campeão olímpico Wallace, a punição reduziu de 5 anos para 90 dias, que na prática não fará diferença.

Isso porque, o jogador já anunciou a aposentadoria da seleção brasileira após o campeonato mundial do ano passado.

O seu próximo compromisso pelo Sada Cruzeiro, seu atual clube, seria o Campeonato Mineiro, em setembro.

Como a punição começou em 2 de maio, ele estaria livre para poder voltar a jogar no início do agosto, ainda durante suas férias.

O efeito, no caso dele, será educativo.

CBV

A Confederação brasileira de vôlei (CBV) terá de pagar uma multa que será revertida em projetos voltados para o uso consciente das redes sociais por parte dos atletas para reverter a pena inicial de seis meses de suspensão.

Além disso, também cai a suspensão de Radamés Lattari, vice-presidente e que ocupava o cargo de presidente em exercício da CBV.  

Os repasses feitos pelo Comitê Olímpico Brasileiro e pelo Ministério do Esporte que estavam suspensos, voltam a ser pagos.

Enquanto isso o COB dirá que não reconhece o resultado da partida final da Superliga Masculina, em que o Sada, contando com Wallace, venceu o Itambé/Minas e levou o título, uma vez que o oposto, que marcou o ponto decisivo, estava inapto para a partida.

Como o Minas não tem pretensão de brigar nos tribunais para ficar com a taça, e o título não classifica o Sada a nenhuma competição internacional, na prática a declaração do COB será apenas protocolar, e não muda nada no vôlei brasileiro.

Acordo

Assinaram o acordo, o presidente do COB, Paulo Wanderley, o presidente da CBV, Walter Pitombo Laranjeiras, o Toroca, e o próprio Wallace, além do Conselho de Ética e da Advocacia Geral da União (AGU).

Todos concordam em não questionar a nova decisão e em desistir de todos os processos que correm no STJD do vôlei, em uma câmara arbitral e na Justiça Comum.

Para o presidente do COB, Paulo Wanderley, o acordo tem intuito de preservar a preparação dos atletas e das seleções brasileiras da modalidade para os Jogos Olímpicos Paris 2024

“Desde o início, apesar do expresso repúdio do COB e da CBV ao ato do atleta, a tentativa foi sensibilizar todos os envolvidos para que houvesse o menor prejuízo possível para o esporte olímpico e o vôlei brasileiro na caminhada a Paris 2024. Entendemos que o momento é de união e retomada, e o acordo consensual não deixa de espelhar valores olímpicos. Entre eles o respeito, que sempre nutrimos pela CBV”, afirmou o Presidente do COB.

A CBV também divulgou uma nota para comentar o encerramento do caso, que já se arrastava desde o fim de janeiro deste ano.

“A CBV agradece o empenho de todos os envolvidos em encontrar uma solução consensual. A CBV reafirma que não compactua com atos de incitação à violência, conforme manifestado desde o início. O momento é de retomar os valores do esporte como instrumento de união e não como meio de acirrar rivalidades. As partes têm a oportunidade de usar esse episódio como instrumento de transformação e educação para o uso responsável das mídias sociais. O voleibol brasileiro vai em busca da excelência, como potência mundial, ao lado dos seus parceiros, do Comitê Olímpico do Brasil e do Ministério do Esporte – diz a nota”.

O Caso

Em janeiro, o jogador de vôlei Wallace postou em seu perfil no Instagram uma foto em que ele estava em clube de tiro e segurava uma arma.

Na sequência ele abriu uma caixa de perguntas para os fãs.

Um deles pergunta se o jogador daria um tiro no rosto do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em resposta, Wallace abriu uma enquete para saber se algum de seus seguidores faria isso.

O post logo teve grande repercussão. Wallace apagou o post horas depois.

A caso gerou repudio por parte do Palácio do Planalto que acionou a Advocacia Geral da União (AGU) que entrou no caso pedindo a punição do jogador.

Wallace foi suspenso provisoriamente pelo Sada Cruzeiro, clube em atua no Brasil e depois no julgamento feito pelo Comitê de Ética do Cob recebeu a punição de 90 dias de suspensão.

A decisão definiu a suspensão do atleta com início a partir de 3 de fevereiro e se encerraria no dia até 3 de maio.

Com isso ele não poderia atuar mais pelo Cruzeiro na Superliga Masculina 2022/23.

Porém, a defesa do jogador entrou com uma ação no STJD que concedeu liminar ao jogador, só que o COB não concordou com a decisão.

Na final da Superliga Masculina, Wallace entrou em quadra e marcou o ponto do título do Cruzeiro.

O fato não agradou ao Conselho de Ética, que se reuniu por uma nova punição. De 90 dias, o oposto passou a ter suspensão de 5 anos.

O CECOB também anunciou punição à Confederação Brasileira de Vôlei, que foi desvinculada do COB e punida com a perda de repasses de verba por 6 meses.

Além disso, Radamés Lattari, presidente em exercício da entidade, foi suspenso por 1 ano.