No dia 2 julho de 2008, Victor França Alves de Almeida Costa fez uma promessa inusitada aos padroeiros, comprometendo-se a voltar para casa a pé caso o Fluminense saísse campeão naquela noite.

Quinze anos depois, seu filho, Victor Hugo Francesconi, revivendo a tradição, fez uma promessa semelhante em 2023 após a vitória do clube na Conmebol Libertadores.

Juntos, pai e filho embarcaram em uma jornada de 125 quilômetros, saindo do pé da ponte Rio-Niterói até São Pedro d’Aldeia. O percurso durou 3 dias.

Foto: Reprodução/ Instagram @masidaivh

Documentando a experiência nas redes sociais, a caminhada reacendeu a paixão compartilhada pelo Fluminense, transmitida de geração em geração.

A decisão de cumprir a promessa não foi apenas uma questão de fidelidade ao clube, mas também um gesto simbólico de apoio a entes queridos.

Victor França, aos 58 anos, liderou a caminhada diária de mais de 40km, enquanto seu filho, um professor sedentário de inglês e biologia, enfrentou desafios físicos inesperados.

“Não avisei a ele. Fui falar um mês antes de andar mesmo (já depois do título), e ainda bem que eu falei, senão eu não teria andado nem cinco quilômetros”, disse Victor Hugo, o filho, em entrevista ao ge, com o pai ao lado.

“Todas as Libertadores desde 2008, eu nunca tinha feito essa promessa, eu nunca tinha pensado nisso, fiz sozinho, não avisei a ele. Fui avisar ele um mês atrás, quando a gente foi almoçar.

Eu falei: “pai, você lembra daquela promessa lá de 2008 que fez? Eu fiz em 2023”. Ele olhou pra mim e falou, na mesma hora: “Vou contigo”. Se não fosse ele, eu não ia andar cinco quilômetros.

Entre bolhas nos pés e improvisos ao longo do percurso, a jornada tornou-se mais do que uma simples caminhada.

Foto: Reprodução/ Instagram @masidaivh

O momento foi uma oportunidade de fortalecer os laços familiares e honrar compromissos não apenas com o clube do coração, mas também com a saúde da atual esposa de Victor França, Ava, que enfrentava um desafio contra o câncer de mama.

“Eu fui para tomar conta do meu filho, para protegê-lo, ajudá-lo e ser um amigo. Aí aproveitei e pensei, já que vou fazer essa caminhada, a minha atual esposa, Ava, está com câncer de mama… Falei com papai do céu: “Vou pagar a promessa e já adiantado com outra, porque eu sei que o senhor vai curar ela”. Aí já valeu também, junto, né? Para Deus dar esse livramento a ela também. Já valeu. São minhas três paixões”.

“O legal mesmo foi a conexão pai e filho que a gente repôs. Nunca vamos esquecer isso. Sempre tivemos essa conexão, só que aumentou mais. Já viajamos de avião, navio, trem, balão, carro, bicicleta… mas a pé não”, disse Victor França, o pai, que tinha um motivo além de acompanhar o filho na promessa pelo Fluminense.

A história de Victor e Victor Hugo é uma celebração de paixão, resiliência e comprometimento, mostrando que, às vezes, as promessas mais improváveis se transformam em jornadas inesquecíveis.

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