A condenação de Daniel Alves a prisão por quatro anos e seis meses por estupro repercutiu de forma oposta entre os advogados das partes envolvidas no caso.
Enquanto os advogados da vítima comemoraram o resultado do julgamento, divulgado nesta quinta-feira (22), a defesa do jogador brasileiro avisou que vai recorrer.
“Estamos satisfeitos porque este veredicto reconhece o que sempre soubemos, que a vítima disse a verdade e que sofreu”, disse David Sáez, um dos advogados da vítima. “Estamos satisfeitos por ela e por toda.”
Ele afirmou, porém, que vai precisará analisar melhor a sentença para avaliar se a condenação foi suficiente, do ponto de vista da defesa da mulher que acusou Daniel Alves de estupro.
“É preciso avaliar bem a sentença. Tem tempo para poder revisar tudo. Temos que avaliar se a gravidade da pena se ajusta aos acontecimentos. Não se reparou o dano e será combatido se precisar. Temos que examinar a sentença para ver se seu conteúdo é adequado aos seus atos.”
Os advogados da vítima tinham pedido, antes do início do julgamento, a pena máxima para o caso, que é de 12 anos de prisão. Já o Ministério Público pedira nove anos de cárcere. A defesa do jogador, por sua vez, queria a absolvição do seu cliente.
“Vamos recorrer. Sigo acreditando na inocência do senhor Alves”, disse a advogada do atleta brasileiro, Inés Guardiola. Questionada sobre a reação de Daniel Alves ao receber a notícia da condenação, ela afirmou que seu cliente está bem. “Ele está inteiro. Agora temos que estudar a sentença com tranquilidade.”
Liberdade em maio?
A advogada de Daniel Alves não deu maiores detalhes sobre os próximos passos da defesa. Mas deve recorrer ao Superior Tribunal da Justiça da Catalunha, que é superior ao Tribunal de Barcelona, que condenou o brasileiro nesta quinta.
O jogador, contudo, poderia até deixar a prisão temporariamente a partir de maio deste ano, de acordo com a imprensa espanhola.
Os jornais do país explicam que a lei espanhola permite alguns benefícios quando o condenado se aproxima de um terço da pena aplicada pela Justiça.
Se isso acontecer, Daniel Alves poderia deixar o presídio por alguns períodos do dia, tendo que permanecer na prisão apenas oito horas por dia. Os detalhes sobre o benefício seriam definidos pela Justiça posteriormente.