O Estado do Acre tem realizado transplantes de córnea desde 2009, através da Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre). Ao longo dos anos, chegou a zerar a fila de espera, segundo a cirurgiã Natália Moreno.

“Seguimos todos os protocolos e critérios da legislação vigente de transplante ao longo desses quinze anos. Realizamos quase duzentas cirurgias e, apesar de chegarmos próximos de zerar a fila, ainda precisamos de mais doações”, destacou a cirurgiã.

Neste sábado (08), o trabalhador rural Carlos Daniel, de Sena Madureira, passará pelo procedimento. Ele sofreu um acidente e foi identificado como apto para o transplante durante uma cirurgia de emergência.

“Estava trabalhando no campo quando sofri o acidente. No Pronto Socorro, identificaram que eu precisaria de um transplante. Fui chamado e hoje vou passar pela cirurgia. Espero voltar a enxergar novamente”, relatou o paciente.

Desafios do Transplante

O Acre conta com um dos melhores corpos médicos especializados e possui os instrumentos necessários para os procedimentos. Contudo, a falta de doadores continua sendo o maior desafio.

Pela atual legislação, a doação de córneas não precisa estar registrada na identidade do doador; basta a autorização da família, conforme informou Valéria Monteiro, coordenadora do Serviço de Transplantes da Fundhacre.

“Neste sábado, realizaremos mais três transplantes. Só este ano, já atendemos vinte e sete pessoas, mas ainda temos mais cento e quarenta na fila de espera. Para zerar a fila, precisamos de mais doações”, frisou a coordenadora.

Autorizar a Doação

Após o falecimento, toda pessoa é uma potencial doadora de córnea. No entanto, é necessário analisar a causa da morte, a idade e obter a autorização dos familiares. De acordo com a legislação vigente, o doador deve ter entre dois e 80 anos, além da necessidade da autorização familiar.