A eliminação precoce do Brasil teve um peso ainda maior por ter sido a última oportunidade de ver a craque Marta levantar uma taça de campeã do mundo pela seleção.

Maior artilheira da história das Copas feminina e masculina, a Rainha do Futebol encerra sua trajetória em mundiais com 17 gols e seis participações.

“É difícil falar num momento desses. Não era, nem nos meu piores pesadelos, a Copa que eu sonhava”, desabafou após o resultado.

+ Envie esta íntegra no seu WhatsApp

+ Envie esta íntegra no seu Telegram

Sempre com declarações e posicionamentos contundentes em prol de mais incentivo e investimentos para a categoria, a jogadora apoia a continuidade no trabalho de renovação.

“Eu termino aqui e elas continuam. Eu quero que as pessoas no nosso Brasil continuem no mesmo entusiasmo que começou a Copa”.

Marta – jogadora da Seleção

Faltando pouco menos de um ano para os Jogos Olímpicos, ainda não se sabe se Marta vai vestir a amarelinha em Paris.

Mas a despedida dos mundiais, já foi sacramentada pela Rainha antes mesmo do torneio começar.

“A Marta acaba por aqui, não tem mais Copa pra Marta. Eu sou muito grata pela oportunidade de jogar mais uma Copa. Continuem apoiando, porque pra elas é só o começo, pra mim é o fim da linha agora”.

Jogo contra a Jamaica foi o único em que Marta entrou como titular – Foto: Thais Magalhães/CBF/divulgação

Sobre o jogo

A frustração com o resultado da Seleção Feminina deve levar um tempo para ser digerida pela torcida, mas, principalmente para as atletas.

Ao longo da partida, a bola praticamente só esteve no campo do Brasil, mas os erros de passe, a falta de comunicação em campo e o nervosismo atrapalharam muito nas finalizações.

“Acho que faltou um pouco de paciência pra gente trabalhar a bola ali perto [da área]. Os números não mentem. A gente tava com a bola o tempo inteiro. Nessas horas é preciso muita paciência”, reconheceu.

Na análise de Marta, a ansiedade para marcar o gol – já que só a vitória interessava à seleção – também pesou.

Contudo, a craque do Orlando Pride destacou a estratégia bem sucedida de marcação da Jamaica, condizente com o avanço no nível técnico do futebol feminino mundialmente.

“A gente viu seleção aqui que tomava de oito, dez, agora joga como as grandes”.

Cenas emocionantes

O tamanho de Marta para a história do futebol feminino mundial é imensurável.

E isto ficou demonstrado nos gestos de carinho do técnico da Jamaica, Lorne Donaldson, que fez questão de abraçar a craque brasileira ao final do jogo.

Técnico da Jamaica, Lorne Donaldson, cumprimentando Marta:

Também houve outro momento icônico entre a alagoana e a estrela da seleção jamaicana e do Manchester City, Khadija ‘Bunny’ Shaw.

Veja abaixo o registro da Fifa no cumprimento entre as craques:

RELACIONADAS

+ Em jogo tenso, Brasil fica no 0 a 0 com Jamaica e é eliminado da Copa

+ Marta prevê jogo nervoso e luta pela vaga nas oitavas da Copa do Mundo

+ Técnica Pia cita falta de ‘estilo brasileiro’ em derrota para França

+ EUA empata com Portugal e se classifica para as 8ª de final da Copa

Comparação entre as gerações

O ciclo da Seleção Feminina sob o comando da técnica Pia Sundhage foi o que recebeu o maior incentivo institucional.

Esta, inclusive, tem sido uma bandeira levantada pelo atual mandatário da CBF, Ednaldo Rodrigues.

A Copa de 2023 também contou com o apoio da ministra do Esporte, Ana Moser, para mobilizar a presidência a flebilixar os horários de trabalho no serviço público, como já acontece com a seleção masculina.

Tudo isso aumentou a expectativa sobre a campanha do Brasil para o Mundial, ao mesmo tempo em que sobraram as comparações com gerações passadas.

Enquanto jogadora que atuou em tempos mais escassos e que jogou hoje sua última Copa, Marta foi incisiva e mandou um recado aos que sempre criticaram a seleção feminina:

“São as pessoas que sempre cornetam. Essas pessoas a gente não tem que dar muita moral, porque não vai acrescentar em nada no nosso trabalho. Não tem que fazer comparação [entre as gerações]. É outro tempo, outra geração. Tenho muita convicção que se der continuidade a esse trabalho, vai dar certo”.

Goleira Lelê, que quase não foi acionada na partida, cumprimenta a comissão técnica após a eliminação – Foto: Thais Magalhães/CBF/divulgação
Jogadoras se abraçam após eliminação do Brasil na Copa 2023 – Foto: Thais Magalhães/CBF/divulgação
Atacante Geyse, que atua no Barcelona, lamentando o resultado da partida – Foto: Thais Magalhães/CBF/divulgação