O ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL), sargento Luís Marcos dos Reis, afirmou nesta quinta-feira (24), durante depoimento à CPI dos Atos Golpistas, que transferiu R$ 70 mil para o tenente-coronel Mauro Cid dois dias antes dos ataques do dia 8 de janeiro.

De acordo com Reis, ele teria vendido um carro do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

+ Envie esta notícia no seu WhatsApp

+ Envie esta notícia no seu Telegram

A CPI apura os responsáveis por financiar os atos golpistas. Além disso, integrantes da comissão querem investigar se o entorno de Bolsonaro teria ajudado no financiamento.

Segundo a relatora da CPI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), o ex-assessor de Bolsonaro recebia, em média, R$ 13 mil por mês, mas o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) enviou um documento à comissão apontando R$ 3 milhões em movimentações atípicas na conta do militar em um ano e meio.

No depoimento, Eliziane afirmou que, desse valor, constam R$ 70 mil transferidos a Mauro Cid, em 6 de janeiro.

Luís Marcos dos Reis, respondeu que, a pedido de Mauro Cid, anunciou na internet um carro do tenente-coronel, no valor de R$ 72 mil. E que, após ter vendido o veículo, transferiu R$ 70 mil para Cid.

“Ele [Mauro Cid] me falou: ‘Passa R$ 70 mil, fica para você o restante pelo seu trabalho'”, afirmou Reis à CPI.

RELACIONADAS

+ Ex-ajudantes de Bolsonaro movimentaram R$ 11,9 mi em um ano e meio

+ PF investiga Rolex após ajudante de Bolsonaro negociar em e-mail

+ Mauro Cid, ex-ajudante de Bolsonaro, depõe à PF nesta quinta (18)

Militar nega participação

No início do depoimento à CPI, Luís Marcos dos Reis negou aos parlamentares que tenha financiado, organizado ou coordenado os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

Questionado sobre as movimentações atípicas apontadas pelo Coaf, ele afirmou que as transações em sua conta no ano passado têm relação com aposentadoria da carreira militar, empréstimos pedidos a familiares e a amigos e um consórcio com outros militares.

Ele também foi questionado pela relatora, senadora Eliziane Game, se alguém da Ajudância de Ordens da Presidência o emprestou dinheiro no ano passado, e ele disse que sim.

Perguntado, então, sobre quem seria a pessoa, o militar disse que não iria responder para não “expor” a pessoa que, segundo ele, não é investigada pela CPI.