Em depoimento na CPI da Pandemia desta quarta-feira, 4, o coronel e ex-assessor do Ministério da Saúde, Marcelo Blanco, divulgou mensagens e que conversava com o policial militar Luis Paulo Dominguetti, e afirmou que a conversa que teve com o militar era sobre a negociação da compra de vacinas da AstraZeneca para o setor privado. Segundo Blanco, Dominghetti foi apresentado a ele por uma pessoa chamada Odilon. 

No dia 23 de fevereiro, Blanco e Dominghetti continuam trocando mensagens sobre o setor privado. Ele exibiu áudios sobre as negociações. O jantar no restaurante de Brasília aconteceu no dia 25, nessa data que Dominghetti diz ter recebido o pedido de propina de US$ 1 dólar por dose de vacinas.

“O meu intuito em relação ao Dominguetti se restringia ao desenvolvimento de um possível mercado de vacinas para o segmento privado. Assunto que estava em discussão na sociedade civil por meio de grandes grupos econômicos brasileiros e das propostas de regulamentação no Congresso Nacional”.

Segundo Renan Calheiros (MDB-AL), a negociação de imunizantes para particulares “era uma atividade absolutamente irregular”.

Jantar com Roberto Dias não foi casual 

Segundo o coronel da reserva Marcelo Blanco, o jantar do dia 25 de fevereiro no restaurante Vasto, em Brasília, com o então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, não foi um encontro casual. Ele informou que soube do próprio ex-diretor de que este estaria no restaurante e sugeriu ao representante da Davati Medical Supply, Luiz Dominguetti, que se encontrava na capital, para passar no local e solicitar uma agenda no Ministério da Saúde.

De acordo com Dominguetti, teria sido nessa ocasião, o pedido de Roberto Dias de propina de US$ 1 para cada dose negociada na venda da vacina AstraZeneca ao governo.

Omar Aziz (PSD-AM) e Renan Calheiros consideraram contraditório Marcelo Branco ter buscado contato com Ricardo Dias quando o ex-diretor já não concentrava poder de decisão sobre as vacinas.