A justiça manteve a prisão preventiva do ex-diretor da Polícia Civil do Distrito Federal, Robson Cândido. A decisão foi tomada pelo juiz Frederico Ernesto Cardoso Maciel, após audiência de custódia, que ocorreu nesse sábado (4).

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Cândido permanece em cela individual, na carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE) e aguarda transporte para o Complexo Penitenciário da Papuda.

Na decisão, o juiz destacou que manteve a prisão, porque o ex-chefe da PCDF ainda monitorava a ex-amante, mesmo depois que deixou o cargo em outubro deste ano.

“Há grave risco à integridade da vítima, o que justifica a decretação da prisão preventiva”, afirmou.

O delegado é acusado de usar estrutura da Polícia Judiciária para perseguir a ex-amante, além de cometer violência contra a mulher. 

Na ocorrência registrada pela vítima, de 25 anos, ela relata ainda que o delegado passou a persegui-la “em todos os locais que frequentava”.

De acordo com a mulher, as perseguições ocorriam na casa dela, no trânsito, no trabalho e ele “sempre demonstrava saber onde ela estava e o que fazia”.

Além disso, os investigadores constataram, após o acusado ser exonerado, que policiais civis tinham colocado o telefone da mulher para ser interceptado, a partir de uma ação que investiga tráfico de drogas.

As ações ocorriam com pedido do ex-diretor.

Na decisão do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), é destacado que “mesmo após ter sido intimado das medidas protetivas deferidas em favor da vítima, não foram tomadas medidas para encerrar o monitoramento eletrônico sobre a vítima”.

Outro alvo da investigação

O delegado-chefe da 19ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Norte), Thiago Peralva, também é investigado por suposto envolvimento no caso e foi afastado da polícia.

De acordo com as investigações do MPDFT, os dois delegados estão envolvidos em inserir o telefone da mulher no monitoramento.

 “Também utilizaram-se de bens pertencentes à Polícia Civil como viaturas descaracterizadas, celulares corporativos, carros oficiais e celulares de outros delegados da Direção-Geral da PCDF para a prática de delitos contra mulher em situação de violência doméstica”, informa a decisão que resulto na prisão preventiva de Cândido.

O pedido de prisão preventiva do delegado foi feito pelo MPDFT, por meio do NCAP e do GAECO, mas como a solicitação não foi atendida pelo juiz, o magistrado determinou o uso de tornozeleira eletrônica, que foi colocada por Peralva na noite deste domingo (5), no Centro Integrado de Monitoramento Eletrônico.

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