A ex-coordenadora da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), no governo Bolsonaro, Carla Fonseca de Aquino Costa, foi exonerada do novo cargo pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa.

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A gestora havia sido escolhida para comandar uma das diretorias da Secretaria do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).

A demissão do cargo foi publicada nesta sexta-feira (27), no Diário Oficial da União.

Ela havia sido nomeada para o novo posto na quarta (24), pelo governo Lula.

Gestora na Funai

Carla Costa foi braço direito do delegado da Polícia Federal Marcelo Xavier, que presidia a Funai.

No entanto, a gestora negou ter atuado como braço direito de Xavier e disse que ocupou “diversas posições e cargos de confiança, em diversos governos”.

A versão dela é contestada por servidores da Funai.

Embates com indígenas

Ao lado de Marcelo Xavier, Carla Costa atuou em inúmeros embates com os povos indígenas, chegando até mesmo a transformar processos de licenciamento em casos de polícia contra as próprias etnias.

Carla Costa foi alvo de pedido de demissão, devido à sua atuação no setor, conforme o Estadão.

Em reportagem de agosto de 2020, lideranças indígenas caiapó enviaram uma carta ao então presidente da Funai, Marcelo Xavier, para pedir a exoneração da coordenadora de licenciamento.

Na avaliação dos indígenas, a gestora atuava para travar a renovação do programa ambiental prometido aos indígenas, dentro do processo de licenciamento de obras na BR-163, no Pará.

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BR-319

Outro projeto polêmico que contou com a participação de Carla Costa é a recuperação da BR-319, rodovia que liga Manaus a Porto Velho (RO) e que o governo Bolsonaro tentou pavimentar.

O empreendimento polêmico enfrenta forte resistência da ministra do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas, Marina Silva.

Secretaria do PPI

Há três meses, Carla Costa deixou a Coordenação Geral de Licenciamento da Funai para assumir, ainda na gestão Bolsonaro, a secretaria de apoio ao licenciamento no PPI.

A Secretaria do PPI é um órgão estratégico dentro do governo federal e chegou a ser alvo de disputas entre o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.

Rui Costa levou a melhor e ficou com a área que, na prática, coordena os grandes projetos de concessão de infraestrutura do governo federal.

Carla Costa tem ligações com a equipe de trabalho que atuou no hoje extinto Ministério da Infraestrutura, que era comandado por Tarcísio de Freitas, eleito governador de São Paulo.