Bruno Roberto da Silva Lima, ex-namorado de Djidja Cardoso, encontrada morta na semana passada, revelou detalhes sobre detalhes sobre como a seita funcionava em família. Ele prestou depoimento nesta segunda-feira (3), no 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), localizado no bairro Praça 14, zona centro-sul de Manaus.

Segundo o delegado Cícero Túlio, Bruno contou que a mãe e o irmão da ex-sinhazinha do Boi Garantido, administravam a seita “Pai, Mãe, Vida” e que tentavam induzir outras pessoas com a utilização da ketamina.

“Ele relatou que fez a tatuagem durante um dos encontros que foi feito na casa dos autores onde eles (família de Djidja) firmaram um compromisso onde todos realizassem essa tatuagem. Bruno fará outra tatuagem por cima”, contou.

Doutrina e seita

No depoimento, Bruno chegou a dizer que eram realizadas uma série de práticas de meditação durante as sessões com as doses de ketamina. As investigações apontam que algumas vítimas foram submetidas a violência sexual e aborto.

“Colocavam vídeos onde eram repassados palavras de um livro identificado como “Cartas de Cristo”, supostamente para alcançar um estágio de transcendência à outra dimensão”, afirmou o delegado.

Cleusimar Cardoso e Ademar Faria Cardoso Neto, mãe e irmão de Djidja, foram presos junto com Verônica da Costa, gerente da rede de salões de beleza Belle Femme. Os três tentavam fugir quando foram localizados na casa onde Djidja foi encontrada morta.

No local, a polícia apreendeu seringas, anestésicos, medicamentos de uso controlado e frascos de cetamina, além de computadores e uma mala. A defesa da família trabalha o caso como incapacidade mental devido o uso de drogas.

Rituais e crimes relacionados

Gabrielle Novo Candeira Nery, ex-companheira de Ademar e mãe de sua filha, revelou que Cleusimar exigia o uso de drogas como parte dos rituais da seita.

Gabrielle afirmou que Cleusimar considerava sua casa um “ambiente de purificação” onde os visitantes deveriam consumir cetamina e outras substâncias. Gabrielle também informou que Ademar a incentivava a usar essas drogas.

Envolvidos no caso Djidja

Ainda de acordo com o delegado, outras pessoas foram identificadas para serem ouvidas na delegacia durante essa semana.

“Vamos ajustar nossa agenda para irmos até o presídio  ou trazer todos eles aqui na nossa unidade policial durante o curso dessa semana”, falou.

Cícero Túlio confirmou ainda que os aparelhos celulares de todos os envolvidos serão examinados para ver se encontram conteúdos que possam identificar outras pessoas envolvidas nesse esquema.