O Ministério da Defesa anunciou nesta segunda-feira (4) que o Exército vai reforçar com 130 homens e 20 veículos blindados a segurança na fronteira com a Venezuela em Pacaraima (RR).

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O ministro da Defesa, José Múcio, disse que a operação já estava planejada para o combate ao garimpo na região, mas que as viaturas poderão ajudar na segurança.

Ainda segundo Múcio, os equipamentos ficarão no quartel de Boa Vista, em Roraima — esquadrão que vai ser transformado em regimento de cavalaria.

Os militares brasileiros expressam preocupação de que uma possível invasão do território vizinho pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro poderia passar por Roraima, o que seria motivo de descontentamento com o Brasil, um importante aliado na região.

Os blindados, do modelo Guaicuru, vão sair de unidades no Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul, onde estão localizados, e se somarão ao aumento do número de homens em Roraima – que já estava previsto em portaria – com a mudança do Esquadrão que atua na região – para 18º Regimento de Cavalaria Mecanizada.

O tempo estimado de transporte é de ao redor de um mês e ocorrerá por terra, sendo 700 quilômetros de Manaus a Boa Vista, enquanto o trecho de Belém a Manaus será feito por via fluvial.

Disputa territorial

A medida surge em meio às tensões da disputa territorial entre Venezuela e Guiana pela região de Essequibo.

A área, administrada pela Guiana, é alvo de disputa devido às vastas reservas de petróleo estimadas em 11 bilhões de barris.

A região, com 160 mil km², representa cerca de 70% do território total da Guiana. A área é superior à de nações como Inglaterra, Cuba ou Grécia.

A descoberta de campos de petróleo em 2015 intensificou a disputa.

No domingo (4), a Venezuela organizou um referendo no qual 95% dos eleitores presentes votaram para que o país incorpore ao mapa venezuelano o território de Essequibo.

O governo da Venezuela não é obrigado a executar o que determina o referendo, e ainda não está claro qual deverá ser a estratégia do regime chavista.

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