Quatro mortes de brasileiros podem estar relacionadas à febre oropouche, uma doença transmitida por mosquitos maruins. O Ministério da Saúde investiga os casos.

Se as ocorrências forem confirmadas, as mortes serão as primeiras oficialmente registradas pela doença em todo o mundo.

Entre os casos investigados estão os falecimentos de duas mulheres na Bahia, com 21 e 24 anos, que não apresentavam comorbidades. A Secretaria da Saúde da Bahia alerta para uma “evolução rápida” e uma gravidade elevada da doença.

Apesar da declaração do Estado sobre a causa das mortes, o Ministério da Saúde continua com o processo investigativo. Além desses casos, outros dois óbitos estão sendo avaliados em Santa Catarina e no Maranhão.

“É preciso uma avaliação criteriosa dos aspectos clínicos epidemiológicos considerando o histórico pregresso do paciente e a realização de exames laboratoriais específicos”, descreve a pasta federal.

Em maio de 2024, Manaus enfrentou um aumento alarmante nos casos de febre oropouche.

Gravidade

Um estudo realizado na Bahia revela a rápida progressão da febre oropouche em pessoas saudáveis, sem condições médicas pré-existentes. As duas mulheres que faleceram eram jovens, residiam em áreas afetadas pelo surto no litoral sul da Bahia e não tinham doenças crônicas ou comorbidades.

A pesquisa aponta que o período médio de incubação da doença é de 4 a 8 dias, com o pico da carga viral nos primeiros quatro dias após o início dos sintomas. Descobertas sugerem que a infecção por oropouche pode resultar em complicações hemorrágicas e hepáticas.

Os casos apresentaram sintomas típicos, como febre e dor de cabeça, e os exames laboratoriais confirmaram infecção por oropouche com altas cargas virais e excluiram a presença de outras doenças similares, como a dengue.

Transmissão da febre oropouche

A febre oropouche é causada pelo vírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV). A transmissão ocorre principalmente por meio do mosquito Culicoides paraenses, conhecido como ‘maruim’. O mosquito é o principal vetor tanto em ambientes silvestres quanto urbanos.

O Culicoides paraenses é um inseto pequeno e possui voo errático. Após picar um indivíduo ou animal infectado, o vírus permanece no sangue do mosquito por dias. Quando o mosquito pica outra pessoa saudável, ele pode transmitir o vírus.

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