Com a recente implementação da nova fórmula de correção do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), muitos trabalhadores têm se perguntado sobre o impacto que essa mudança terá em seus saldos. 

A nova fórmula, que entra em vigor neste ano, utiliza o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) como base para a correção dos valores depositados no FGTS, substituindo a antiga Taxa Referencial (TR).

Nesta quarta-feira (12), os ministros da Corte aceitaram a proposta do governo federal para que a remuneração do FGTS não seja menor que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE.

Esta decisão vale daqui para frente e não afeta depósitos passados.

Atualmente, os valores depositados no FGTS são corrigidos mensalmente pela Taxa Referencial (TR), mais juros de 3% ao ano.

A TR hoje é próxima de zero e o modelo continua, mas quando ele resultar em uma remuneração menor do que o IPCA, caberá ao Conselho Curador do FGTS determinar uma compensação.

Veja abaixo o que muda no FGTS:

Saldo do FGTSIPCA 2023 (4,62%)TR + 3%a.a. (4,76%)
R$ 1.000R$ 1.046,20R$ 1.047,60
R$ 5.000R$ 5.231R$ 5.238
R$ 10.000R$ 10.462R$ 10.476
R$ 30.000R$ 31.386R$ 31.428
R$ 50.000R$ 52.310R$ 52.380

Como foi feita a simulação do FGTS:

A simulação foi feita pelo professor da UERJ, o economista Caio Ferrari, que calculou as diferenças na correção de cinco faixas de saldos do Fundo de Garantia para o ano de 2023.

Primeiro, consideramos quanto o saldo em cada uma das faixas renderia anualmente pelo IPCA de 2023, acumulado em 4,62%. 

E depois pela TR, que fechou o ano passado em 1,76%, mais 3%, que é a fórmula usada atualmente, explica Ferrari.

Na simulação feita pelo economista, o rendimento no ano passado considerando a fórmula atual foi melhor do que teria sido com a inflação.

Se fossem considerados os anos de 2021 e 2022, por exemplo, a situação teria se invertido, pois a inflação estava muito alta nesse período.