No primeiro dia do julgamento de Flordelis, nessa segunda-feira (7), três testemunhas, que foram ouvidas, acusaram a ré pela morte do então marido da acusada, o pastor Anderson do Carmo, assassinado em 16 de junho de 2019.

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Primeira testemunha

A primeira testemunha foi a delegada Bárbara Lomba. Segundo ela, provas do crime teriam sido queimadas no quintal da casa onde a família morava, em Pendotiba, Niterói.

Segunda testemunha

A segunda testemunha ouvida, nessa segunda, foi o delegado Alan Duarte. Ele foi responsável pela conclusão do inquérito e por imputar a Flordelis a prática do homicídio.

Em depoimento perante o Tribunal do Júri no Fórum de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, Duarte narrou a participação na investigação e afirmou estar certo de que a pastora foi responsável pelo crime.

Segundo o delegado, a pastora se contradisse pela primeira vez quando questionada sobre o local onde teria ido à noite de sábado, 15 de junho de 2019, horas antes do crime, ocorrido na madrugada de 16 de junho.

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“Primeiro ela afirmou que tinha ido ao Rio para comer petiscos, depois afirmou que foi namorar na praia, disse que foi a Copacabana, mas não há nenhum registro da passagem do carro em que ela estava por esse bairro”, afirmou.

Outra contradição teria ocorrido, segundo o delegado, quanto ao celular do pastor, que a princípio teria sido roubado pelos criminosos que o mataram (foi inicialmente alegado latrocínio). Mas o celular teria sido usado, depois do crime, pela própria pastora.

Segundo Duarte, Flordelis tentou envenenar o marido em pelo menos seis ocasiões. O delegado elencou ainda mensagens trocadas por ela com os filhos tratando do planejamento da morte do pastor.

Terceira testemunha

A terceira testemunha a prestar depoimento foi Regiane Ramos Cupti Rabello, que conheceu Lucas – filho afetivo do casal e acusado de participação na morte do pastor – quando ele tinha 14 anos, porque morava perto da casa de Flordelis e era próxima da família.

Regiane empregou o rapaz na oficina mecânica do marido e auxiliou Lucas, que segundo ela reclamava muito da família. Lucas chegou a morar com Regiane e teria relatado vários problemas familiares.

Em depoimento, a testemunha acusou Flordelis de fazer uma proposta a Lucas para matar o pastor – ele teria se recusado a praticar o crime.

Regiane afirmou ainda que, logo após o assassinato do pastor Anderson, a então deputada federal realizou um treinamento para combinar os depoimentos que seriam prestados pela família à Polícia Civil.

Ainda segundo ela, os familiares empregados no gabinete de Flordelis na Câmara dos Deputados praticavam o esquema ilegal da “rachadinha”: eles ganhariam cerca de R$ 15 mil e ficavam com cerca de R$ 2.500, devolvendo a diferença à pastora.

A sessão de julgamento foi interrompida pouco depois das 22h15 desta segunda e será retomada nesta terça-feira (8).