A Universidade Federal do Acre (Ufac) sediou, durante o mês de março, a XI Jornada Internacional do Teatro do Oprimido e Universidade (XI Jitou).

O encontro buscou expandir o conhecimento sobre a vida na floresta, sua capacidade de influenciar, ao mesmo tempo que se assimila por outras culturas.

A pedagogia da floresta foi o foco do debate, que vem sendo encampadas pelo Grupo de Estudos em Teatro do Oprimido (GESTO) da Floresta, o qual surgiu no ano de 2017.

O professor da Ufac, coordenador da XI Jitou, Flavio da Conceição, é um dos fundadores do Grupo de Estudos em Teatro do Oprimido (GESTO).

Sobre o evento, o coordenador afirmou que “é um braço, uma vertente do GESTO, que pensa a partir do conhecimento dos povos da floresta”.

Além disso, acrescento que a “especialidade, enquanto Teatro do Oprimido (TO), é dar-nos a entender como ele [o teatro] tende a ser afetado pelo conhecimento das comunidades tradicionais, ribeirinhas, indígenas, dos povos da floresta e das plantas que, há milênios, reconhecem como professoras”.

Com a inovação, por meio de pesquisa e seus pesquisadores, surge a Frente Norte das Resistências, que reúne professores das universidades do Norte do Brasil.

A expectativa agora é que a próxima Jitou possa ocorrer no Amazonas, em 2026.

No palco

Além das oficinas, ocorreram os espetáculos: “Ecos Ancestrais”, do Allegriah Grupo de Arte e Cultura/em parceria com o Arte e Comunidade (ESAT/UEA); “Serpente cósmica”, uma performance dirigida por Luiz Cláudio Cândido, que é parte do processo criativo desenvolvido pela pesquisa de doutorado, com tema: “Boiúna: um mergulho poético na dramaturgia onírica das águas”, de Tânia Vilarroel Andrade, orientado pela Drª Alice Yagyu, na Escola de Comunicação e Arte (ECA-USP), a performance “Casa de Sananga: contos e chás, que vislumbra uma prática do “conto como terapia” na abordagem das plantas professoras, do formando em Artes Cênicas da UEA, Felipe Fernandes, e um show de música de rezo Huni Kuin.

Também foram lançados, em visita à comunidade de origem do Projeto do Artesanato Olho da Mata, a Colônia Cinco Mil, os livros “Olho da mata: manejo do cipó-titica e sementes nativas na FloNA do Purus”, organizado por Graça Mitoso; “Aglomeração poética: vozes da introspecção” e “Entre palcos e páginas: versos de cena e tinta”, de Jackeline Monteiro; e “Poemas na cabeça”, de Deihvisom. A Escola de Arte e Saberes Florestais Jardim da Natureza, da Floresta Nacional (FloNA) do Purus, parceira do Programa de Ensino, Pesquisa e Extensão, Arte e Comunidade (ESAT/UEA), participou do encontro, levando alunos e professores.