Uma onda de ataques coordenados foi registrada em 20 cidades do Rio Grande do Norte desde a noite de segunda-feira (13).

O governo federal anunciou, nesta terça (14), que agentes da Força Nacional serão enviados para as cidades, incluindo a capital, para conter os atos de violência.

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Os ataques consistem em incêndios de estruturas de prefeituras e do governo, além de ataques a tiros a bases policiais e sedes do Judiciário.

Ao menos cem agentes da Força Nacional de Segurança e 30 viaturas serão enviados ao RN, segundo Ricardo Cappelli, secretário-executivo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

As empresas de ônibus recolheram as frotas nas maiores cidades do Rio Grande do Norte e as instituições de ensino suspenderam as aulas.

Líder dos ataques coordenados

Na noite desta terça-feira, o Ministério da Justiça informou que um preso apontado como líder de uma facção criminosa foi transferido para o sistema penitenciário federal.

“O custodiado é acusado de ser líder de facção criminosa que, segundo as investigações, continuava como mandante de crimes como homicídios e tráficos de drogas, além de estar envolvido em planos de fugas e ataques a patrimônios públicos e privados, hoje, nas cidades de Natal e Mossoró”, informou a pasta.

Pelo menos 18 suspeitos de envolvimento com os ataques foram presos – dois eram foragidos da Justiça – e um adolescente foi apreendido.

As forças de segurança apreenderam cinco armas de fogo, um simulacro, 18 artefatos explosivos, três galões de gasolina, quatro motos e um carro, além de dinheiro e munições.

Um homem morreu em confronto com policiais, de acordo informações da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed).

Atuação do judiciário

Diante da situação, diligências investigativas foram reforçadas e ações ostensivas, ampliadas em pontos estratégicos do Estado.

“Providências judiciárias também foram solicitadas pelas forças de segurança pública aos órgãos competentes”, informou o governo potiguar.

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Início dos ataques coordenados

Os ataques coordenados tiveram início no final da noite desta segunda e ocorreram de forma orquestrada.

Foram registradas ocorrências em Parnamirim, na Grande Natal, e também em cidades como Campo Redondo e Acari, no interior, e Tibau do Sul, no litoral.

Os criminosos atearam fogo em ônibus e microônibus em Natal e Parnamirim, duas das maiores cidades potiguares durante os ataques coordenados.

Em alguns casos, os passageiros foram obrigados a descer do veículo e ameaçados de morte se registrassem a ação em fotos ou vídeos.

Há a suspeita de que o Sindicato do Crime esteja por trás das ações criminosas, facção que nasceu após conflito no Primeiro Comando da Capital (PCC).

O governo estadual acredita que as restrições de comunicação nas cadeias e ações investigativas contra a criminalidade podem ter desencadeado a reação criminosa.

Clima tenso

As imagens dos incêndios provocados pelos criminosos começaram a circular nas redes sociais no início da manhã desta terça (14).

Muitos trabalhadores e estudantes já se deslocavam para suas respectivas atividades quando o clima de tensão começou a tomar conta da população.

O maior temor era para quem aguardava ou já estava dentro do transporte público diante dos ataques coordenados.