Uma força-tarefa para enfrentamento da estiagem nos rios do Amazonas foi anunciada pelo governo do Estado e ministros, em Brasília, nesta terça-feira (26).

A divulgação veio após reunião entre o governador Wilson Lima e os ministros da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.


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Além dos ministros, o encontro na capital federal contou com representantes de mais seis órgãos federais.

Na reunião foi definida a criação de uma força-tarefa do Governo Federal para reforçar as ações que vêm sendo realizadas pelo Estado para enfrentar os impactos da estiagem no Amazonas, que já afeta 111 mil pessoas.

Cenário atual

Dos 62 municípios do estado, 15 estão em situação de emergência.

Wilson Lima também fez um balanço das medidas adotadas pelo Governo do Amazonas para enfrentar os impactos da severa estiagem.

Na ocasião, o gestor expôs as dificuldades e previsões para outubro, quando a seca tende a se agravar; e reforçou o pedido de apoio do Governo Federal para ampliar a ajuda humanitária às famílias atingidas.

Segundo o governador, o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional se comprometeu com o envio de itens como cestas básicas e água.

Seca dos rios em Alvarães afeta trafegabilidade de embarcações – Foto: Divulgação

O Ministério do Meio Ambiente garantiu que vai intensificar o combate aos incêndios, reforçando o trabalho de bombeiros militares e brigadistas que já atuam no estado, principalmente no sul do Amazonas.

“Nós temos três aspectos que são importantes para se levar em consideração nessa questão de estiagem: o primeiro deles é a questão da ajuda humanitária, o segundo são as questões de desmatamento e queimadas e o terceiro é a atividade econômica por conta da dificuldade de passagem de balsa e grandes embarcações ali pelo rio Madeira”, ressaltou o governador.

Ainda nesta terça, Wilson Lima se reúne com os ministros Renan Filho (dos Transportes) e Silvio Costa Filho (de Portos e Aeroportos) para tratar sobre a navegabilidade nos rios Madeira, Solimões e Amazonas.

Seca dos rios avança e deixa centenas de estudantes sem aula no AM
Seca dos rios avança e deixa centenas de estudantes sem aula no AM – Foto: Eduardo Cavalcante/ Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar

Força-tarefa

Entre as ações previstas para a força-tarefa em auxílio ao Estado e prefeituras das cidades mais afetadas estão, ainda, o apoio logístico, acesso a programas sociais federais e liberação de emendas parlamentares.

“O presidente Lula autorizou a mim e a Marina a anunciarmos a força-tarefa do Governo Federal para juntos, dezenas de ministérios, atuarmos juntos com o Governo do Estado do Amazonas e as prefeituras que já estão sofrendo com situação de emergência. Prioridade nossa: ajuda humanitária”, informou Waldez Góes.

Encontro em Brasília reuniu ministros e comitiva do governo do Amazonas – Foto: Diego Peres/Secom

O detalhamento das ações de ajuda humanitária do Governo Federal deverá ser anunciado ainda esta semana.

“O que nós estamos trabalhando é em cima do emergencial. Nosso Ministério do Meio Ambiente trabalha para combater estruturalmente o problema. Vamos trabalhando na direção de reduzir desmatamento, reduzir queimadas”, destacou Marina Silva.

Operação Estiagem 2023

No último dia 12 de setembro, o governo do Amazonas assinou o decreto de Situação de Emergência Ambiental em municípios das regiões Sul do Amazonas e Metropolitana de Manaus.

Na ocasião, o plano de ação da Operação Estiagem 2023 foi apresentado à sociedade, envolvendo 30 órgãos da administração direta e indireta do Governo do Amazonas, com o recurso estimado em R$ 100 milhões em ações.

Entre as medidas que já estão sendo tomadas estão o apoio às famílias afetadas em áreas como saúde e abastecimento de água, bem como na distribuição de cestas básicas, kits de higiene pessoal, renegociação de dívidas e fomento para produtores rurais.

Segundo levantamento da Defesa Civil do Amazonas, 15 municípios das calhas do Alto Solimões, Juruá e Médio Solimões estão em situação de emergência.

Outros 40 estão em estado de alerta e cinco em atenção, conforme dados do Centro de Monitoramento e Alerta (Cemoa).

Ainda segundo a pasta, a previsão é que, devido à influência do fenômeno climático El Niño, que inibe formação de nuvens de chuva, a estiagem deste ano seja prolongada e mais intensa se comparada a anos anteriores, podendo ultrapassar 50 o número de municípios afetados.

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