O economista Gabriel Galípolo e o auditor-chefe Ailton Santos foram oficialmente nomeados como diretores do Banco Central do Brasil (BC), nesta sexta-feira (7).

O governo publicou as nomeações nesta madrugada no Diário Oficial da União (DOU).

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Após sabatina no Senado Federal, que ocorreu na terça-feira (4), os nomes de Galípolo e Santos foram aprovados.

Galípolo será o novo diretor de Política Monetária, enquanto Santos chefiará a Diretoria de Fiscalização.

Gabriel Galípolo já foi o “número 2” do Ministério da Fazenda durante o governo Lula, sendo considerado o braço direito do ministro Fernando Haddad.

Por sua vez, Santos, que já era auditor-chefe do BC, torna-se o primeiro negro em 58 anos a ocupar um cargo de diretoria na instituição.

Desde 2021, quando foi sancionada a lei que garantiu autonomia ao Banco Central, o presidente e os diretores da instituição passaram a ter mandato fixo de quatro anos.

No caso de Roberto Campos Neto, atual presidente, o mandato vai até 2024. Gabriel Galípolo é um dos cotados para substituí-lo.

Gabriel Galípolo

Desde o início da passagem de Galípolo pelo governo federal, ele foi visto como uma “ponte” entre o presidente Lula e o mercado financeiro, hostil ao PT.

Formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia pela PUC-SP, Galípolo foi chefe da Assessoria Econômica da Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo em 2007, durante o governo de José Serra (PSDB).

De 2017 a 2021, foi presidente do Banco Fator, instituição financeira focada em parcerias público-privadas (PPPs) e programas de privatização.

Gabriel Galípolo – Foto Lula Marques/Agência Brasil

Considerado um “heterodoxo moderado”, Galípolo é adepto de teses desenvolvimentistas, notadamente a maior presença do Estado em setores estratégicos, como indutor do crescimento econômico e da industrialização do país.

Por outro lado, não compartilha das críticas de setores da esquerda às PPPs, concessões e privatizações.

Ao lado do economista Luiz Gonzaga Belluzzo, também de formação heterodoxa e muito ligado a Lula, Galípolo escreveu três livros:

“Manda quem pode, obedece quem tem prejuízo” (2017), “A escassez na abundância capitalista” (2019) e “Dinheiro: o poder da abstração real” (2021).

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Ailton Santos

Natural de Jequié (BA), Ailton de Aquino Santos será o primeiro negro a ocupar uma diretoria do Banco Central (BC). O banco foi fundado em 1964, há 58 anos.

Ailton de Aquino Santos – Foto Lula Marques/ Agência Brasil

Santos trabalha no BC há 25 anos, onde é auditor-chefe.

Ele se formou em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual da Bahia (Uneb) e em Direito pelo Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), em Brasília.

Além disso, o auditor tem outras três especializações em direito público, engenharia econômica de negócios e contabilidade internacional.