A diretoria da Petrobras recebeu sinalização do governo Bolsonaro para que não haja reajuste no preço dos combustíveis até a realização do 2º turno das eleições, em 30 de outubro.

A pressão foi ampliada após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+) anunciar corte na produção de 2 milhões de barris de petróleo por dia a partir de novembro, o que já está provocando alta dos preços no mercado internacional.

Esse é o maior corte desde abril de 2020, quando a pandemia de covid começou.

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A investida do governo foi revelada pelo G1 e confirmada pelo Estadão. Pela atual política de paridade de preços, a Petrobras deveria repassar o aumento de custos com a compra do petróleo para os valores cobrados no mercado interno.

O corte no preço dos combustíveis nos últimos meses se transformou em bandeira eleitoral do presidente Jair Bolsonaro, que tenta se reeleger.

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Em parte, a redução dos preços se deve ao corte de impostos nos Estados, já que o governo federal já tinha zerado suas alíquotas

No entanto, a razão principal que puxou os preços para baixo foi a queda do preço do petróleo, que oscilava até dias atrás em cerca de US$ 87 o barril.

Nesta quarta-feira (5), o do tipo Brent (referência para o Brasil) subiu 1,71% nos contratos para entrega em novembro, batendo em US$ 93,37.

Especialistas no setor enxergam o risco de que, em breve, o preço suba para a casa dos US$ 100.

Segundo o TD Securities, o corte anunciado pela Opep+ superou as expectativas, o que apoiou os preços negociados na quarta.

A analista Roberta Caselli, da Global X, afirmou que a redução na produção diária de petróleo pode renovar preocupações com a variação da inflação. O corte corresponde a cerca de 1% da oferta global da commodity.