Ao menos dois ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os governadores nordestinos e parlamentares de esquerda criticaram o governador de MG, Romeu Zema (Novo).
Ele afirmou que governadores do Sul e do Sudeste criaram um consórcio para se opor aos estados do Nordeste.
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Até a noite deste domingo (7), somente o governador do RS, Eduardo Leite (PSDB), e o Novo, partido de Zema, saíram em defesa do mineiro.
O Consórcio Nordeste, que reúne os governadores da região, informou em nota que a fala de Zema insinua “um movimento de tensionamento com o Norte e o Nordeste”. A nota é assinada pelo governador da Paraíba, João Azevedo (PSB), que preside o grupo.
Negando qualquer tipo de lampejo separatista, o Consórcio Nordeste imediatamente anuncia em seu slogan que é uma expressão de “O Brasil que cresce unido”. Enquanto Norte e Nordeste apostam no fortalecimento do projeto de um Brasil democrático, inclusivo e, portanto, de união e reconstrução, a referida entrevista parece aprofundar a lógica de um país subalterno, dividido e desigual.
Em perfil no Twitter, o governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT-PI), chamou Zema de “maior inimigo da federação”.
“No momento em que o nosso país mais precisa de união, o Governador Zema, de Minas Gerais, em sua entrevista ao Estadão, revela-se o maior inimigo da federação brasileira. Quem apostar contra a união do povo brasileiro vai perder”, destacou o governador.
O governador Eduardo Leite (PSDB) também se pronunciou nas redes sociais, neste domingo, em apoio à formação de um bloco com os estados do Sul e Sudeste.
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Relembre o Caso
Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo publicada no sábado (5), Zema disse que os governadores do estados do Sul e do Sudeste montaram um consórcio para se opor politicamente aos estados do Norte e do Nordeste.
O grupo se chama Cossud (Consórcio Sul-Sudeste) e é presidido pelo governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).
Na entrevista, Zema disse que o principal objetivo é se opor aos estados do Norte e do Nordeste no Congresso Nacional.
Segundo ele, políticas que beneficiam esses estados prejudicam os membros do Cossud.
“Outras regiões do Brasil, com estados muito menores em termos de economia e população se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília. E nós, que representamos 56% dos brasileiros, mas que sempre ficamos cada um por si, olhando só o seu quintal, perdemos. Ficou claro nessa reforma tributária que já começamos a mostrar nosso peso”, disse Romeu Zema, governador de Minas Gerais.