Antenas produzidas pela Starlink, empresa de comunicação via satélite do bilionário Elon Musk, estão se espalhando pelos garimpos ilegais na Terra Indígena Yanomami, em Roraima.
Isso facilita a atividade do crime organizado e dificulta as operações de repressão aos crimes ambientais.
Desde março, o governo federal apreendeu 50 antenas em poder dos garimpeiros. Esses números referem-se às apreensões registradas após o início das atividades da Casa de Governo, instalada em Boa Vista.
Esta instalação serve para coordenar e centralizar ações contra a invasão do território Yanomami.
Além disso, o Ibama relatou ter apreendido outras 32 antenas Starlink em garimpos ilegais entre o início de 2023 e março de 2024. Nove dessas antenas foram encontradas na Terra Yanomami.
As antenas Starlink em áreas de garimpo
Em muitas áreas onde ocorrem operações de desintrusão, não existe sinal de celular, dificultando a comunicação. A chegada das antenas Starlink mudou essa realidade, permitindo conexão à internet até em regiões remotas.
Segundo Nilton Luís Godoy Tubino, diretor da Casa de Governo, as antenas Starlink agilizam a cadeia de suprimentos e fornecem informações importantes sobre operações governamentais em andamento.
Isso inclui a presença de advogados prontos para defender garimpeiros presos, antes mesmo de chegarem à delegacia.
Tubino sugere que a Starlink poderia colaborar com as operações de retirada dos invasores ao compartilhar a localização de suas antenas dentro da Terra Indígena Yanomami.
A geolocalização ajudaria a mapear a presença dos garimpos ilegais, que passaram a operar à noite para evitar a fiscalização, forçando pilotos da Força Aérea a fazer voos noturnos arriscados.
Antes da chegada das antenas Starlink, no final de 2022, os garimpos usavam antenas de outras empresas, que eram maiores, mais pesadas e tinham sinal de comunicação instável.
A dificuldade de transporte e a baixa qualidade do sinal tornavam a presença desse tipo de material menos comum no território indígena.
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