Nesta sexta-feira, 12, o Governo Federal divulgou que a Casa de Governo completou um mês de funcionamento, em Roraima, com queda de 94% em novas áreas degradadas para garimpo na Terra Yanomami.
Em março deste ano 2,16 novos hectares foram degradados.
No mesmo período, 42,59 novos hectares foram destruídos em março de 2023, o que representa queda de 94,86%.
Segundo a administração federal, o número de novas áreas abertas pelo garimpo no ano de 2022 foi ainda maior, alcançando 50,02 hectares.
A Casa de Governo, estrutura vinculada à Casa Civil da Presidência, seguirá em funcionamento até 2026.
O objetivo é garantir a presença permanente dos órgãos federais na assistência aos povos indígenas para a proteção, a segurança e a retomada do modo de vida, sem intercorrências de criminosos.
“O Estado brasileiro cumprirá a sua responsabilidade. Vamos vencer a agressão e a violência contra os yanomami e contra seu território. A queda no número de novas áreas de garimpo é expressiva e importante. Seguiremos agora para próxima etapa deste trabalho coordenado e pactuado que é a retirada dos intrusos do território”, afirmou o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Ações de assistência aos Yanomami
O Ministério da Saúde (MS) definiu o Território Yanomami como o primeiro local no Brasil a receber um novo tratamento para a malária.
Por isso, o medicamento tafenoquina foi incorporado ao SUS. Para atender aos yanomami, o MS destinou ao território 8 mil doses do novo medicamento.
Conforme a Casa Civil, no mês de março, mais de 350 atendimentos foram realizados na Casa de Apoio à Saúde Indígena (CASAI) de Boa Vista.
Além disso, dados do Ministério da Defesa indicam a entrega de mais de 5 mil cestas apenas em março, último mês da operação Catrimani, que de janeiro ao dia 26 de março, totalizou 15 mil cestas de alimentos entregues aos indígenas.
Estimativas apontam que mais de 27 mil indígenas vivem na Terra Yanomami.
Apelo a Papa Francisco
O líder indígena Davi Kopenawa, presidente da Associação Hutukara Yanomami, se encontrou com o Papa Francisco, na última quarta-feira, 10, no Vaticano. A pauta do encontro foi a crise sanitária na terra Yanomami.
Na oportunidade, Kopenawa pediu apoio aos esforços do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para salvar seu povo indígena.
“Pedi ao papa que apoie o governo Lula, porque Lula precisa de amigos”, disse Davi Kopenawa. “O papa disse que vai falar com ele”, acrescentou o presidente da Hutukara.
Além disso, ele citou o envenenamento da água por mercúrio, metal utilizado por garimpeiros na caça ao ouro, como uma das maiores ameaças à sua comunidade, juntamente com o desmatamento para a pecuária e o cultivo de soja.
Fonte: Casa Civil