Os docentes universitários devem fazer assembleias locais até sexta-feira (21) para avaliação das propostas apresentadas pelo governo federal à categoria. A orientação é do comando nacional da greve dos professores universitários, ligado ao Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes).

O Andes enviou formulário às seções sindicais, secretarias regionais e aos comandos locais de greve. O texto pergunta se a categoria deve “continuar a greve ou construir sua saída coletiva” junto ao sindicato.

A resposta ao formulário deve chegar até o meio-dia da próxima sexta-feira. As respostas irão subsidiar a reunião do comando nacional de greve que ocorrerá no fim de semana em Brasília. Segundo o sindicato, a greve iniciada em abril ocorre em 64 das 69 universidades do país.

Aumento para professores

De acordo com o governo, com o reajuste linear de 9% concedido ao funcionalismo federal em 2023, o aumento total ficará entre 23% e 43% no acumulado de quatro anos. O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI)ressaltou que o governo melhorou a oferta em todos os cenários. Disse também que os professores terão aumento acima da inflação estimada em 15% entre 2023 e 2026.

No final de maio, o MGI informou que apresentou a proposta final e considerava “encerrada” a negociação de ajuste salarial. O ministério informava, no entanto, que “o governo permanecia aberto para diálogo sobre pautas não salariais”. 

Pautas não salariais

Também naquele mês, o Ministério da Educação (MEC) recompôs o orçamento para a educação superior estabelecendo mais recursos para custeio de despesas: R$ 279,2 milhões para universidades e R$ 120,7 milhões para institutos federais.

Na última sexta-feira, o MEC se comprometeu a revogar, após o término da greve, a Portaria 983, de novembro de 2020 – que elevou a carga horária mínima semanal dos docentes.

Também na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o governo federal vai investir em melhorias na infraestrutura de todas universidades federais (R$ 3,17 bilhões), hospitais universitários (R$ 1,75 bilhão) e na criação de dez novos campi nas cinco regiões do país (R$ 600 bilhões). O total é de R$ 5,5 bilhões do novo PAC.