O secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, conduziu nesta segunda-feira (11), em Manaus, a segunda reunião do Grupo de Trabalho (GT) criado para discutir soluções de infraestrutura e sustentabilidade da BR-319.

A rodovia, de aproximadamente 918 km, corta a floresta amazônica e interliga Manaus (AM) a Porto Velho (RO).

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O encontro reuniu acadêmicos da região, sociedade civil e representantes do setor produtivo, do Parlamento e do Poder Público local.

“É importante ouvir todos os envolvidos para que a gente chegue a uma solução. Não se trata somente de um projeto de engenharia, mas de uma gestão atenta à questão ambiental”, declarou George Santoro, na abertura do evento.

A secretária nacional de Transporte Rodoviário, Viviane Esse, afirmou que o objetivo aliar a segurança viária ao baixo impacto ambiental.

“Esse grupo de trabalho tem a finalidade de pensar propostas que otimizem a infraestrutura da BR- 319”, disse.

Já o subsecretário de Sustentabilidade, Cloves Benevides, enfatizou que estão aprofundando o diálogo sobre a BR-319, que é uma rodovia fundamental para escoar a produção da região, alavancar o desenvolvimento, sem deixar de lado a sustentabilidade.

“Teremos outras inúmeras reuniões para chegar a um projeto adequado. Estamos abertos, essa é uma diretriz do Ministério dos Transportes: pensar em estratégias ouvindo as comunidades”, declarou Benevides.

O presidente da Associação Amigos da BR- 319, André Marsílio, importante organização social da região, acredita que o grupo de trabalho criado pelo Ministério vai contribuir para acelerar o processo de revitalização da estrada.

“Cerca de 300 mil moradores das cidades cortadas pela BR-319 aguardam a recuperação dessa rodovia há anos. Existe uma complexidade ambiental, mas a rodovia não pode ficar abandonada”, afirmou Marsílio.

Situação crítica

O secretário-executivo do Ministério, recordou a crise de oxigênio em Manaus, durante a pandemia da Covid-19, que apontou a real situação crítica da rodovia.

A estrada foi utilizada como principal rota para o envio de insumos médicos à capital amazonense, mas sua manutenção foi praticamente abandonada nos últimos anos – no período chuvoso, de dezembro a maio, a BR-319 fica intransitável.

Levantamento do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), mostra que em 10 anos, cerca de R$ 110 milhões foram gastos em estudos ambientais para a realização da recuperação da rodovia.

Além disso, ao longo de 2023, o departamento aplicou mais de R$ 40 milhões somente em obras emergenciais na BR-319.

Participantes

Participaram da reunião representantes do Centro da Indústria do Estado do Amazonas, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AM), Associações e ONGs; Exército Brasileiro; Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai/AM), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Governo do Estado do Amazonas e Bancadas federal e estadual do AM.

Ao fim dos trabalhos, o grupo irá consolidar uma nota técnica, que servirá como documento de referência, com encaminhamentos, metas, sugestões de responsabilidades e de governança, prazos, custos e indicação de tecnologias a serem adotadas no projeto da BR.

Novas propostas e sugestões para a recuperação sustentável da BR-319 podem ser enviadas para o e-mail [email protected].

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