O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou nesta quarta-feira (7) que indícios de irregularidades no programa Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) estão sendo investigados pela Receita Federal.

A prorrogação do programa tem sido o motivo dos últimos atritos entre o Congresso, que quer prorrogá-lo, e o governo, que quer suspendê-lo. Em seu discurso, na abertura dos trabalhos legislativos, nesta segunda-feira (5), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) citou nominalmente o Perse como sendo uma conquista do parlamento.

Haddad informou a jornalistas que servidores da Receita estão preparando um relatório que será apresentado nos próximos dias com o detalhamento de empresas que teriam se beneficiado do programa de forma irregular. Segundo o ministro, há a suspeita de que empresas de fora do setor teriam se passado por atuantes na área de eventos para ter o benefício fiscal irregularmente.

Esta foi a primeira vez que Haddad falou publicamente sobre as suspeitas. “Não vamos fazer uma caça as bruxas. Mas quem errou vai ser punido na forma da lei”.

O ministro acredita que o relatório vai ajudar nas conversas com o Congresso, mostrando aos parlamentares que o gasto excedeu a proposta inicial do programa. A despesa anual, projetada para R$ 4 bilhões por ano, teria chegado, segundo o ministro, a R$ 17 bilhões.

“O programa não pode ter essa dimensão, isso é muito ruim para o país, que não está em condições de gastar esse dinheiro, desperdiçar, diante de quadro que inspira cuidado, de equilibrar as contas, para que os juros caiam, e todo mundo possa desenvolver seus negócios e trabalho e gerando emprego para toda sociedade”, afirmou Haddad.