O Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial é celebrado nesta sexta-feira, 26. Em Roraima, a médica Izabela Marques, do Núcleo de Saúde da Assembleia Legislativa, fala sobre cuidados contra a doença e dá outras informações importantes.

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O Portal Norte, parceiro na luta contra a hipertensão arterial, compartilha na íntegra a entrevista de Izabela Marques

O que é hipertensão arterial?

A hipertensão arterial é uma doença crônica que causa danos aos órgãos devido ao aumento da pressão sanguínea. Imagine o fluxo sanguíneo como o sistema de encanamento de uma casa, onde a água passa pelos canos. Nosso sangue é como essa água, fluindo pelos vasos sanguíneos. Se a pressão se tornar muito alta, pode ocorrer rachaduras ou vazamentos. Embora nem sempre cause lesões graves, pode levar a danos e inflamação. Dependendo do local da lesão, podem surgir sintomas graves devido ao fluxo sanguíneo anormal para os órgãos.

Quais são os valores ideais de pressão arterial?

Para adultos, considera-se ideal que a pressão não ultrapasse 130 sistólica e 85 diastólica (ou seja, não mais que 13 por 8/5). No entanto, durante algumas circunstâncias, como atividade física intensa ou estresse, é comum que a pressão aumente temporariamente. Em situações mais intensas, como após um susto, acidente de carro, há maior risco de complicações se o paciente já estiver com pressão arterial elevada.

Causas da hipertensão arterial?

Existem dois tipos de hipertensão arterial: primária (essencial) e secundária. A secundária é consequência de doenças específicas, como renais ou cardíacas. Quando a causa é identificada, tratamentos específicos podem resolver o problema. Já a hipertensão primária é multifatorial e está relacionada a estilo de vida. Fatores como qualidade do sono, alimentação inadequada (alta em sódio), sedentarismo e obesidade aumentam a predisposição.

Como prevenir a hipertensão?

A prevenção envolve alimentação saudável, com vegetais e preparação caseira, atividade física regular (idealmente 45 minutos, pelo menos 3 vezes por semana) e bons hábitos de sono (evitar pelo menos 2 horas antes de dormir o estímulo das telas e dormir de 7 a 8 horas ou o tempo suficiente para o seu organismo se recuperar do estresse do dia anterior.

Hipertensão arterial deve ser diagnosticada e tratada- Foto Assembleia Legislativa
Hipertensão arterial deve ser diagnosticada e tratada- Foto Assembleia Legislativa

Quais cuidados médicos e monitoramento são recomendados?

Como a hipertensão é silenciosa, quem tem histórico familiar deve ter controle rigoroso. Consultas médicas regulares são essenciais. Além da pressão arterial, avaliar outros fatores como colesterol, triglicerídeos e glicemia. Isso ajuda a prevenir complicações vasculares, como infarto, AVC e cegueira.

E quanto ao tratamento?

Depende do nível de hipertensão. Medidas não farmacológicas incluem perda de peso, atividade física e dieta equilibrada. Se essas não forem suficientes, medicações são necessárias, com várias classes disponíveis. escolha de cada um depende de como o organismo daquela pessoa reage. Alguns pacientes têm pressão alta e um ritmo cardíaco acelerado, então procuramos uma medicação que aborde essa questão. Outros apresentam inchaço devido à hipertensão, então associamos um diurético. Geralmente, a escolha depende de como a hipertensão se manifesta e do seu nível. Alguns pacientes necessitam combinar várias medicações, especialmente quando o controle é difícil, principalmente aqueles que não estão dispostos a mudar um pouco da rotina.

Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial

A data foi instituída em 2002 pela Lei Federal nº 10.439. Ela visa conscientizar a população sobre cuidados e a importância do diagnóstico precoce, bem como o tratamento adequado da doença silenciosa, que afeta milhões de brasileiros.

De acordo com dados do primeiro relatório global da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a hipertensão arterial, divulgado em 2023, a doença atinge cerca de 25% da população brasileira entre 30 e 79 anos.

Quando não controlada e sem os devidos cuidados, ela se torna o principal fator de risco para diversas enfermidades graves, como doença isquêmica coronariana, Acidente Vascular Cerebral (AVC), doenças renais, doença pulmonar obstrutiva crônica e diabetes.

Fonte: Assembleia Legislativa