Um homem que não teve a identidade revelada disse que gastou R$ 12 mil do FGTS com o “Jogo do Tigrinho”, caça-níquel online irregular.

O caso aconteceu em Maceio (AL). O homem é funcionário de uma distribuidora de alimentos. Ele afirmou que jogava para recuperar o dinheiro que já havia sido perdido.

“Chegava o final do mês na empresa, meu salário caía, eu depositava R$ 50 e perdia. Ficava naquela coisa de jogar mais para recuperar o dinheiro” disse o homem em entrevista ao Fantástico neste domingo (23).

O homem contou que gastou salário e FGTS com a plataforma online. “Foi tudo embora, tanto salário quanto FGTS. Gastei meu FGTS todinho, R$ 12 mil”, lamentou o homem.

Vítimas do “Jogo do Tigrinho”

Segundo o empresário Rafael Tenório, os funcionários são frequentemente afetados pelo “Jogo do Tigrinho” dentro da empresa.

Ele relatou à TV que muitos solicitavam adiantamento de férias, antecipação do 13º salário e empréstimos, além de procurarem o departamento pessoal para tentar negociar um acordo para deixar a empresa, inclusive aqueles que tinham mais de dez anos de serviço.

Influenciadores que integravam a organização criminosa do jogo

Segundo o delegado Eduardo Mero, da Polícia Civil de Maceió, 12 influenciadores e agentes faziam parte da organização criminosa dedicada à promoção de jogos de azar. 

Entre os suspeitos estão a influenciadora Paulinha Ferreira e seu marido, Ygor Ferreira, cujo carro de luxo foi apreendido pela polícia na semana passada.

A defesa do casal diz não existir nos autos da investigação a comprovação da prática de qualquer conduta criminosa e afirma que eles não podem ser responsabilizados por problemas que os jogadores tenham enfrentado com as plataformas.

“Jogo do Tigrinho” criava dependência em influencers ansiosos por ganhar

O UOL divulgou capturas de tela de conversas que evidenciam influenciadores recebendo um tipo específico de conta do “Jogo do Tigrinho”. 

Esse perfil proporcionava acesso a uma aposta considerada infalível, conforme relatado pelo colunista Carlos Madeiro, no último dia (19).

Ao concluir o acordo, os influenciadores eram instruídos a receber dois links. Um intermediário explicou a um dos influenciadores: “Esta é uma conta de demonstração com mil moedas de ouro”, detalhando como ele deveria acessá-la.

Na prática, os influenciadores recebiam um link para uma conta de demonstração, chamada “demo”, programada para sempre ganhar. 

Para o usuário normal, o link era outro, o da plataforma normal, em que sempre havia perdas.

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