A Região Norte ainda apresenta uma tendência de alta na incidência da síndrome respiratória aguda grave (SRAG), cujas hospitalizações estão predominantemente associadas à Covid-19 desde o início da pandemia, em 2020.

A análise foi divulgada nesta quarta-feira, 3, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Boletim InfoGripe, que inclui dados até 30 de julho.

– Envie esta notícia no seu Whatsapp

– Envie esta notícia no seu Telegram

Segundo a Fiocruz, nas demais regiões somente os Estados de Mato Grosso, Maranhão e Piauí ainda apresentam sinal claro de manutenção de crescimento, enquanto em Sergipe é possível que a alta seja apenas uma oscilação.

O boletim InfoGripe tem explicado em suas últimas edições que a segunda onda da variante Ômicron, causada por suas subvariantes, chegou primeiro ao Sudeste, Sul e Centro-Oeste, regiões em que também terminou primeiro.

No Nordeste e no Norte, o início da onda de infecções começou quase dois meses depois, o que também levou a descida da curva de casos a ocorrer mais tarde.

Segundo o pesquisador Leonardo Bastos, apesar da tendência de queda na maior parte do país, o cenário ainda requer atenção.

“A gente ainda está com indicadores de hospitalizações e óbitos (por SRAG) maiores que o período anterior à pandemia. Já caiu, mas ainda não o suficiente para falar que está tranquilo”, explicou.

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, o Boletim InfoGripe mostra que oito em cada dez casos virais de SRAG foram causados pelo SARS-CoV-2.

A prevalência dos demais vírus foi de 1,9% para influenza A, 0,1% para influenza B, e de 5,6% para vírus sincicial respiratório (VSR).

________________________________________

RELACIONADAS

Fiocruz: novas linhagens da Ômicron avançam e favorecem reinfecções

Casos de síndrome respiratória aguda em crianças têm queda no Brasil, aponta Fiocruz

Boletim da Fiocruz aponta tendência de queda de casos de SRAG

________________________________________

Óbitos

O painel de dados Monitora Covid-19, também mantido pela Fiocruz, mostra que a média móvel de óbitos se manteve acima das 200 vítimas diárias durante todo o mês de julho e continua nesse patamar no início de agosto.

O número representa um aumento em relação a abril e maio, quando chegou ficou abaixo de 100 vítimas em alguns dias.

Para Leonardo Bastos, o platô está relacionado à disseminação das subvariantes da Ômicron, que provocaram uma nova onda de infecções.

“O que a gente espera é que, com a queda das hospitalizações, haja uma queda nos óbitos mais pra frente, mas o quanto mais a frente não dá para saber”, disse.

“A gente espera que a queda nas hospitalizações no Sul e Sudeste se reflita nos óbitos daqui a pouco, daqui a algumas semanas”, acrescentou.

O pesquisador explica que ainda é difícil mensurar o impacto do inverno durante a onda de casos causada pelas subvariantes, “porque a Covid-19 ainda não possui um comportamento endêmico descrito que pode ser tomado como base”.

“A gente acredita que há esse efeito climático, porque o clima afeta o nosso comportamento, favorecendo a transmissão de vírus respiratórios. O inverno também contribui. Agora, o quanto é do inverno e o quanto é das novas variantes a gente não consegue separar ainda”, disse o pesquisador.

________________________________________

ACESSE TAMBÉM MAIS LIDAS