A idosa Zuíla Sena, de 61 anos, reencontrou sua família após 40 anos sem notícias. O encontro aconteceu nesta quinta-feira, 12, em Manaquiri (distante 60 quilômetros de Manaus).

O encontro foi possível após uma força-tarefa de servidores do abrigo Casa do Migrante Jacamim, localizada no bairro Flores, Zona Centro-Sul de Manaus, que se mobilizaram para localizar a família de Zuíla. 

A busca pela família 

Zuíla Sena nasceu em 1959 e morava na Feira da Banana, no Centro de Manaus. Vítima de violência e com o início da pandemia da Covid-19, no ano passado, ela foi até o Abrigo Emergencial da Arena Amadeu Teixeira, sem documentos e sem lembranças de onde estariam seus familiares. 

Outro nome 

No entanto, ela se apresentou à equipe técnica da Seas como Maria Bernardo da Silva.

A partir daí, começaram as buscas para descobrir as origens da idosa. Com o encerramento do abrigo na Arena Amadeu Teixeira, ela foi encaminhada para o abrigo Casa do Migrante Jacamim. 

O abrigo é vinculado ao Departamento de Proteção Social Especial (DPSE) da Seas, que acolhe pessoas em situação de vulnerabilidade social, onde recebia moradia, comida e atenção psicológica.

“Tentamos localizar informações e dados utilizando o nome que ela nos deu e descobrimos que, na verdade, esse era o nome da tia dela, que mora em Manaquiri e nos disse que tinha uma sobrinha chamada Zuíla, cuja última informação que teve foi que estava morando justamente na feira. Dona Zuíla não tinha contato com a família há 40 anos e estava em situação de rua. Durante esse período, foi vítima de violência diversas vezes, o que comprometeu sua saúde mental, além de ter perdido toda a sua documentação”, explicou a coordenadora do abrigo, Silvana Barroso.

Novo documento 

Agora com a família localizada e documentos novos em mãos, a Seas fez uma nova força-tarefa. Depois de um ano de acolhimento, a missão era levar Dona Zuíla até sua tia e irmãos em Manaquiri, onde daria início a uma nova etapa de sua vida.

 “Há muito tempo não tínhamos notícias dela. Até a secretaria entrar em contato, achávamos que estava morta.  Só temos a agradecer por ela estar conosco novamente, em um lar, com todos os cuidados que precisa”, disse a tia, Maria Bernardo.

Para a coordenadora do abrigo, a sensação é de missão cumprida. “Não há melhor lugar do que nossa casa e família. É gratificante vermos que o nosso trabalho deu frutos. Dona Zuíla passou um ano no Jacamim, superou a situação de vulnerabilidade social e agora está com sua família. Garantir a dignidade e o fortalecimento do vínculo familiar fazem parte da política de assistência social. Isso faz nosso trabalho valer a pena”, completou Silvana Barroso.