Os indícios apurados pela Polícia Federal apontam que auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro mentiram sobre a retenção das joias dadas ao governo brasileiro.
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Osmar Crivelatti e Marcelo Câmara afirmaram que outro conjunto de joias sauditas dadas a Bolsonaro ficou guardado na fazendo de Nelson Piquet, no Distrito Federal.
As informações foram dadas durante um inquérito sobre a tentativa de retira do kit na alfândega do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
Em mensagens com Mauro Cid, é possível identificar que eles sabiam que as joias haviam sido levadas ao exterior para venda.
Caso tenham mentido, o delito pode resultar em falso testemunho.
Joias estavam nos EUA em dezembro
Em mais mensagens entre Câmara e Mauro Cid, foi lido que o presente havia sido entregue ao governo brasileiro em outubro de 2021.
O conjunto já estava nos Estados Unidos desde dezembro de 2022, para leilão.
O material não foi vendido. Após repercussão sobre as irregularidades, as joias foram devolvidas.
Com isso, Cid acionou Crivelatti para pegar o conjunto nos EUA e trazer de volta ao Brasil, afirma a PF.
De acordo com trecho da decisão do ministro Alexandre de Moraes:
“Osmar Crivelatti confirma a entrega e envia fotos do kit com o relógio e as joias e o certificado da marca Choppard, ratificando toda a contextualização dos fatos investigados e a hipótese criminal enunciada. Ao receber a mensagem da confirmação, Mauro Cid desabafa: ‘Ufa'”.
Crivelatti disse à PF que as joias ficaram na fazenda Piquet.
“Pelo que o depoente tem conhecimento então, essas joias entraram no local de guarda na Fazenda Piquet junto com todo o transporte do acervo privado presidencial e somente de lá saiu quando retirada pelo depoente”, afirmou em seu depoimento.
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Cid informava detalhes a Câmara
Durante o tempo que Câmara estava em Orlando com Bolsonaro, ele recebia atualizações de Mauro Cid por mensagens sobre as movimentações do pai, Mauro Cesar Lourena Cid, na venda das joias em Miami.
Ele organizou para que um dos conjuntos fosse transportado de Orlando para Miami em janeiro.
Em 1º de janeiro, Câmara enviou áudios para um homem entregar a mala com os artefatos a Cristiano Piquet.
Piquet, empresário na Flórida, levou a encomenda de Orlando para Miami, entregando-a ao general Mauro Cid. O general tentou sem sucesso vender as esculturas depois.