Conhecida como a terra das cachoeiras, Presidente Figueiredo, a 126 km de Manaus, também colabora para a produção de diferentes produtos no Brasil e no Mundo. E que produtos, pois estamos falando de uma indústria de bilhões de dólares.

Para se ter ideia da importância do município, ele é hoje o maior produtor de estanho no Brasil. É lá que estão instaladas algumas empresas que possibilitam a extração de minérios para fabricação de turbinas de avião, aço para automóveis, HDs, lâmpadas de LED, lasers e motores de carros elétricos, por exemplo.

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Localizada em Pitinga, na mesma região, a Mineradora do Taboca extrai anualmente quatro mil toneladas de ferro nióbio (FeNb) e ferro tântalo (FeTa) e sete mil toneladas de estanho (Sn).

A cidade abriga uma vasta área de minério e exportou com esses produtos em 2021 US$ 233,5 milhões de dólares para nove países. O estanho (Sn) é registrado na Bolsa de Metais de Londres (LME) sob a marca Mamoré, e reconhecido internacionalmente há mais de 20 anos.

A liga metálica FeNbTa é um produto obtido da fundição do minério de columbita presente na mina de Pitinga.

Foto: Reprodução/Tripadvisor – Cachoeira e banhistas em Presidente Figueiredo, no Amazonas

 

Produção dos Minérios

A mina de Pitinga produz os concentrados de cassiterita (utilizado na produção do estanho) e de niobatos (utilizado na produção das ferroligas de nióbio e tântalo). Na metalurgia de Pitinga são produzidas as ligas de FeNb, FeTa e FeNbTa (ferro nióbio, ferro tântalo e ferro nióbio tântalo), com produção anual objetivada de quatro mil toneladas.

A cassiterita lavrada na unidade é beneficiada e enviada a Pirapora do Bom Jesus, em São Paulo, ao qual é produzido o estanho, com volumes médios anuais na ordem de seis mil toneladas.

Os minérios extraídos de Presidente Figueiredo são utlizados em vários objetos e utilizados em grandes indústrias.

O nióbio é usado na indústria siderúrgica, na produção de aço para automóveis, turbinas de avião, gasodutos, navios, dispositivos médicos (marca passo) e lentes.

Já o tântalo é utilizado em capacitores (para celulares, computadores e eletrônicos), superligas e aços para a indústria aeroespacial.

O estanho é utlizado em baterias, soldas, indústria siderúrgica (folha de flandres como revestimento de latas de embalagens de alimentos) e vidro plano.

Foto: Divulgação | Mineradora Taboca- Imagem aérea da entrada da mineradora

Empregos

No Amazonas são gerados 1.223 empregos diretos na Mineração Taboca, na Vila do Pitinga, além de 1.450 trabalhos indiretos de prestadoras de serviços.

Ao todo, no Brasil, são gerados 3,1 mil empregos diretos gerados pelas extração dos minérios, considerando as unidades localizadas nos estados do Amazonas e São Paulo.

“São mais de 3.100 famílias beneficiadas diretamente pelas nossas operações, ou seja, mais de 9 mil pessoas, considerando uma média de três dependentes por empregado. Tudo isso sem considerar os empregados indiretos gerados naturalmente por uma operação do porte da mineradora”, disse José Flavio, diretor de RH e Infraestrutura.

Para o técnico de mineração sênior e blaster Gabriel Sinclair de Oliveira, de 45 anos, a mineração em Presidente Figueiredo colabora para o desenvolvimento da região.

“A mineração gera empregos diretos e indiretos para o municipio. A mineradora efetua seu trabalho com responsábilidade e comprometimento com a sociedade e o meio ambiente, enriquecendo a cultura, o crescimento e o desenvolvimento do mesmo”, comentou.

Na visão do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), é crucial que a sociedade tenha a compreensão de que mineração é imprescindível para o país e para cada um dos brasileiros.

“Todos concordamos que precisamos dispor de bens minerais para o desenvolvimento socioeconômico do país e para promoção do bem-estar da sociedade. O setor mineral é estratégico para o Brasil”, afirma Flávio Penido, diretor-presidente.

Ele lembra que a mineração contemporânea deve ser associada a uma imagem de promoção da qualidade de vida e do desenvolvimento socioeconômico.

Foto: Divulgação | Mineradora Taboca- Extração de minérios em Presidente Figueiredo

Exportação

Somente em 2021 foram exportados um total de US$ 233,5 milhões desses metais.

China, Estônia e Alemanha são os países que mais exportaram as ligas de ferro nióbio e ferro tântalo.

Já os Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Turquia, Holanda e Argentina exportaram estanho.

Extração dos minérios

Em 1982, a Mineração Taboca iniciou a implantação e lavra na mina em Presidente Figueiredo, que passa a denominar Pitinga, gerando recursos que a transforma em um projeto auto-sustentável. A empresa tem a previsão de extração até 2051.

No ano de 2013, a mina extraiu mais de 4,9 milhões de liga metálica FeNbTa (nióbio e tântalo), com estanho foram 4,7 mil. Em 2021, a mina extraiu 6,7 milhões de ferro nióbio e tântalo, com o estanho foram 6,9 mil.

 A expectativa para os próximos 10 anos é ultrapassar a extração de sete milhões de toneladas de ferro liga FeNbTa na mina de Pitinga e chegar a 7,2 mil de extração de estanho.

 

Crescimento 

A Mineração Taboca tem, nos últimos anos, focado em projetos de desenvolvimento de novas rotas tecnológicas para aumentar sua produção – consequentemente elevar o número de empregos na região – e diversificação do portifólio de produtos.

Além da prospecção e pesquisa de novas reservas de minérios, incluindo Terras Raras, que são um conjunto de elementos químicos, normalmente encontrados na natureza misturados a minérios de difícil extração, mas com características peculiares, como magnetismo intenso e absorção e emissão de luz.

Essas propriedades especiais fazem com que sejam usadas numa infinidade de aplicações tecnológicas, como lâmpadas de LED, lasers, superimãs presentes nos discos rígidos de computadores e motores de carros elétricos, e na separação de componentes do petróleo.

Foto: Divulgação | Mineradora Taboca- Extração de minérios em Presidente Figueiredo

 

Pesquisa e Desenvolvimento

Para ajudar no crescimento da empresa na região, a mineradora fez parcerias com universidades do Amazonas e de São Paulo para qualificar a população e melhorar a pureza da columbita produzida em Pitinga.

A Mineração Taboca tem, ao longo dos últimos anos, focado em projetos de desenvolvimento de novas rotas tecnológicas para a expansão da produção dos produtos existentes.

Em 2020 foi inaugurado um Laboratório de Hidrometalurgia em Manaus em parceria com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA). O local é utilizado para capacitar os acadêmicos do curso de Engenharia Química na extração de minerais estratégicos e terras raras – a partir da columbita retirada na Mina de Pitinga – para produção de ligas metálicas com altíssima qualidade e maior valor agregado para atender à crescente demanda no mercado nacional e internacional.

E em São Paulo, em parceira com o Laboratório de Reciclagem, Tratamento de Resíduos e Extração (Larex) – centro de pesquisa científica que pertence ao Departamento de Engenharia Química da Escola Politécnica (POLI-USP) – vem atuando na implantação de uma planta de hidrometalurgia e calcinação com objetivo de extração das Terras Raras, além da melhoria da pureza da columbita produzida em Pitinga.

Impostos e arrecadação

Em 2021 foram recolhidos mais de R$ 39 milhões de impostos. De forma geral, os impostos mais significativos são três: Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), impostos estaduais (ICMS, UEA e FMPE) e imposto municipal (ISSQM).

A contraprestação pela utilização econômica dos recursos minerais em seus respectivos territórios estão divididos da seguinte maneira: 60% para o município, 15% para o estado e o restante para a União.

Em 2021 foram recolhidos R$ 39,259 milhões em impostos:

– CFEM: R$ 11,559 milhões

– Impostos Estaduais: R$ 22,9 milhões

– Imposto Municipal: R$ 4,8 milhões.

Em 2022, no período de janeiro a junho já foram recolhidos R$ 18,8 milhões em impostos:

-CFEM: R$ 6,4 milhões

-Impostos Estaduais: R$ 9,7 milhões

-Imposto Municipal: R$ 2,7 milhões

Foto: Divulgação | Mineradora Taboca- Mudas para reflorestamento.

Compensação

A mineradora tem responsáveis pelo licenciamento ambiental, produção de mudas nativas, recuperação de área degradada, relacionamento com comunidade, educação ambiental, gestão de resíduos, controle de qualidade de água e o controle de emissões atmosféricas.

Desde 1995, a corporação vem trabalhando na recuperação de áreas degradadas pelas atividades extrativas em rocha primária e aluviões em Pitinga.

Para melhorar o desempenho na sustentabilidade, a empresa atendende aos requisitos das normas ISO 9001 e ISO 14001. Foram mais de 750 mil mudas para o reflorestamento.

Veja vídeo:

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