A alta de preços que já afeta mais de 92% dos países no mundo agravada com o conflito entre Rússia e Ucrânia pode permanecer até dezembro de 2024.

Os dados são do Programa Mundial de Alimentos (PMA) divulgados na sexta-feira (16) pelo Banco Mundial.

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O relatório foi realizado através de uma pesquisa rápida, realizado por telefone, em dezenas de países.

Para o Banco Mundial a situação que só exacerba a insegurança alimentar e a pobreza extrema.

Desenvolvimento cognitivo das crianças

A situação representa um risco de retrocessos na redução da pobreza e impactos, de longo prazo, no desenvolvimento cognitivo de crianças por causa de problemas com a nutrição.

O órgão analisou a situação de 85 nações e constatou que um número significativo de pessoas está sem o suficiente para comer ou reduziu seu consumo de alimentos desde 2020, quando começou a pandemia de Covid-19.

Os preços recordes dos alimentos levaram a uma crise que deve lançar milhões de pessoas na pobreza extrema, aumentando os problemas da fome e má nutrição à medida que ameaça ganhos para o desenvolvimento conquistados a duras penas.

A guerra na Ucrânia, a crise na cadeia de fornecimento que já existia antes do conflito, e a recuperação interrompida da pandemia agravaram a situação.

O aumento de preço tem um impacto maior em países de baixa e média rendas, que tendem a gastar grande parte do que ganham com comida.

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Trigo e renda média

Segundo o Banco, 25% dos alimentos consumidos no mundo vêm do trigo.

Entre abril e julho deste ano, a alta da inflação afeta mais de 92% dos países de rendas baixa e média baixa.

Já as nações de renda média alta tiveram níveis de inflação acima de 5%.

Em muitos países, a alta do preço está na casa dos dois dígitos.

Já a parcela de países de renda alta com inflação alta é de 83,3%.

Se comparado a janeiro de 2021, a média do preço do trigo e do milho está 20% mais caro. Já o valor cobrado pelo arroz é 16% mais baixo.

Comércio

O Banco Mundial diz que a Guerra na Ucrânia alterou os padrões globais de comércio, produção e consumo de commodities em formas que devem manter os preços numa alta histórica por mais dois anos.

Com o início da guerra na Ucrânia, as políticas de comércio impostas pelos países aumentaram.

A crise alimentar mundial tornou-se parcialmente pior com o crescente número de restrições ao comércio de alimentos e a meta de subir o consumo doméstico e reduzir os preços.

Até 11 de agosto, pelo menos 23 países haviam implementado 33 proibições de exportação, e sete tinham aplicado 11 medidas de limites de exportações.

Em junho deste ano, havia 345 milhões em 82 países em situação de fome aguda, o que significa que o acesso aos alimentos, no curto prazo, foi restringido ao ponto de colocar suas vidas em risco.

Segurança alimentar

E essa situação pode piorar em mais de 20 nações até setembro deste ano.

O Banco Mundial informou que está mobilizando respostas de curto e longo prazos para melhorar a segurança alimentar e nutricional, reduzir riscos e fortalecer os sistemas alimentares em vários países.

O órgão colocou à disposição mais recursos para projetos novos e atuais nas áreas de agricultura, proteção social, água e irrigação.

Projetos anteriores já estavam em curso na Bolívia, na Tunísia e no Egito.

Chade, Gana e Serra Leoa receberam um empréstimo de US$ 315 milhões para melhorar a resiliência de seus sistemas de alimentação.

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