A inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) poderá ficar negativa neste mês e subir no segundo semestre.

A afirmação é do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto e foi divulgada nesta sexta-feira (12).

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A declaração foi dada durante evento promovido pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV).

Ainda conforme Campos Neto, o índice deverá terminar o ano com melhora em relação às previsões iniciais.

“Vai ter meses [com o IPCA] entre 0,4% e 0,5% no fim do ano, o que vai fazer com que a inflação no ano fique mais ou menos entre 4,5% e 5%, mais perto de 4,5%. Isso é uma melhora em relação ao que esperávamos, mas uma melhora lenta”, declarou.

Relatório de Inflação

Na edição mais recente do Relatório de Inflação, divulgada em março, a autoridade monetária previa que o IPCA encerraria o ano em 5,8%.

A edição desta segunda-feira do Boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras feita pelo BC, aponta expectativa de 5,42% para o IPCA neste ano.

Segundo Campos Neto, a queda no preço das commodities (bens primários com cotação internacional) tem contribuído para segurar a inflação.

Na ocasião, o presidente do BC advertiu que a média dos núcleos de inflação (que exclui os preços com maior volatilidade) está caindo de forma mais lenta.

A média dos núcleos do índice continua mais alta que os índices finais, conforme Campos Neto.

“A gente ainda está com média de núcleos de 6,7%. A inflação no Brasil está bem menor que nos países avançados pela primeira vez na história. Isso significa que a gente tem um trabalho que foi feito que teve eficácia”, pontuou.

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Juros

Durante o evento, Campos Neto recebeu diversos pedidos da presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), Luiza Trajano, para começar a reduzir a Taxa Selic (juros básicos da economia).

Segundo o presidente do BC, o comportamento do mercado financeiro, onde as taxas futuras caíram bastante nos últimos dias, favorece um afrouxamento da política monetária, mas não agora.