O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, nesta terça-feira (15), saiu em defesa do equilíbrio fiscal e das reformas estruturais, dizendo que atenção redobrada deve ser dada à alta de preços.

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“Precisamos persistir no combate à inflação, porque essa é a melhor forma de contribuir com o crescimento sustentável da economia”, disse Campos Neto ao participar do evento LIDE (Grupo de Líderes Empresariais) em Nova York, nos Estados Unidos.

Segundo Campos Neto, havia uma tese de que a inflação seria muito efêmera, pois foi motivada pelo aumento dos preços das commodities sob medidas de isolamento social. “Isso não aconteceu”, lembra.

A fala de Campos Neto está em linha com o fim do ciclo deflacionário e inflação acima das expectativas do mercado financeiro em outubro, movimento que nas últimas três semanas levou analistas a elevarem as projeções para o índice oficial de preços no final de 2022.

Ele lembra que o conflito no Leste Europeu contribuiu para a alta e persistente inflação.

“O grande problema da inflação energética e alimentar foi agravado pela guerra na Ucrânia”, analisou.

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Atenção fiscal

Campos Neto prevê que a economia global desacelere em 2023, impulsionada pela queda nos Estados Unidos.

Para mitigar as consequências, ele pede disciplina com as contas públicas e o avanço das reformas estruturais.

“A pandemia deixou cicatrizes muito grandes, principalmente nos mais carentes, mas precisamos mostrar que temos disciplina fiscal, que tem uma relação direta com a credibilidade do país”, alerta o presidente da autoridade monetária ao dizer que o movimento de queda foi previsto desde o início das reações à pandemia.