Jair Bolsonaro vai prestar um novo depoimento à Polícia Federal, na próxima quarta-feira (12), às 14h.

O ex-presidente deve falar sobre o plano do senador Marcos do Val de gravar clandestinamente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, na tentativa de reverter a derrota de 2022.

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Em junho o ministro Alexandre de Moraes ordenou que Bolsonaro preste um novo depoimento à PF.

Esta será a quarta vez que o ex-presidente vai à PF prestar esclarecimentos.

Além disso, Moraes também autorizou uma operação de busca e apreensão contra o senador Marcos do Val, que ocorreram no apartamento funcional em Brasília, no gabinete do Senador e em um endereço no Espírito Santo.

Marcos do Val já apresentou várias versões da mesma conversa, em uma delas, o congressista contou em suas redes sociais que houve uma “tentativa” de Bolsonaro de coagi-lo a dar um golpe de Estado junto com ele.

Em outra, do Val responsabiliza o ex-deputado federal Daniel Silveira pelo plano.

Em detalhes, o senador contou o suposto “plano” para que Bolsonaro continuasse no poder, “em 7 de dezembro [de 2022], estava no plenário e apareceu Daniel Silveira”.

“[Ele] pediu para que pudesse ir lá fora, porque ele não estava com os trajes [ternos e gravata para permanecer no plenário]. Saí e ele disse que o presidente [Bolsonaro] queria conversar comigo.”

Reunião com Bolsonaro

Marcos do Val disse ter achado “estranho” Silveira o ter procurado, mas afirmou não ter rechaçado o contato.

“No dia seguinte, não era possível [atender ao pedido de reunião], e perguntei se poderia ser na sexta. Mas eu já estava pensando que precisava reportar ao ministro Alexandre de Moraes. Encontrei com ele no Salão Branco [do STF] e disse que tinha sido abordado pelo Daniel Silveira e perguntei ao ministro o que ele achava, se eu deveria ir ou não. Ele disse: ‘Vai, porque, quanto mais informação, melhor’. Marquei no dia seguinte”, seguiu Marcos do Val.

A reunião com o presidente Jair Bolsonaro, Daniel Silveira e do Val aconteceu na Granja do Torto, uma das residências oficiais da presidência da República.

Segundo o senador, Silveira o buscou em outro veículo, e para ele a reunião era para falar sobre a área de inteligência e os acampamentos nos quartéis.

“Ele [Silveira] tinha dito que iam me pegar em outro veículo. Meu motorista parou em um estacionamento, ele parou um carro atrás, o Daniel já estava lá dentro. Pedi para o meu motorista aguardar, saí do carro, fui para o carro deles. Passei sem ser identificado [na cancela da Granja do Torto] e, para mim, era alguma coisa voltada para a área de inteligência e na questão dos acampamentos nos quartéis. Iniciamos o assunto só eu, Daniel e o ex-presidente [Bolsonaro]. Afirmei que era melhor avisar logo à sociedade que não ia ter nenhuma intervenção militar, e tirasse aqueles brasileiros dali”, disse do Val.

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Após a conversa, o parlamentar foi para vitória e mandou uma mensagem para Alexandre de Moraes relatando a reunião.

De acordo com do Val, o ex-presidente não disse nada durante o encontro, mas também não impediu que Silveira explanasse sobre a ideia.

Desde o fim de junho o senador está afastado de suas atividades parlamentares após precisar de atendimento médico durante uma sessão da CPMI dos atos do dia 8 de janeiro.