A Arábia Saudita tem conquistado manchetes com sua ambiciosa iniciativa de se tornar um polo esportivo mundial, atraindo estrelas como Cristiano Ronaldo, Neymar, Karim Benzema e Sadio Mané.

No entanto, as recentes movimentações no mercado de transferências levantam dúvidas sobre a sustentabilidade a longo prazo desse projeto.

No verão de 2023, os sauditas investiram mais de R$ 5 bilhões em contratações, mas o mercado de inverno trouxe uma mudança de abordagem, destacada pela contratação de Renan Lodi.

Em contrapartida, grandes nomes ameaçam deixar a Arábia Saudita em uma debandada que poderia iniciar um declínio do país do Oriente Médio no futebol.

O atacante Benzema pode ser o próximo a deixar o país. O francês, que brilhou com a camisa do Real Madrid, não deu as caras no Al-Ittihad por 17 dias e retornou apenas na última quinta-feira (18), ao local de trabalho.

Ele estaria insatisfeito com as cobranças excessivas e incomodado com a demora para adaptação ao futebol saudita.

O inglês Jordan Henderson, volante ex-Liverpool, ficou apenas seis meses no Al-Ettifaq e arrumou suas malas rumo ao futebol holandês, onde vestirá a camisa do tradicional Ajax. Sua passagem no torneio saudita foi meteórica.

Média de público nos estádios sauditas

A média de público nos estádios sauditas é de 8,5 mil pessoas, apesar das contratações de destaque, o quantitativo permanece baixo, alimentando a insatisfação de alguns jogadores.

Além disso, as preocupações com conflitos na região e a competição pouco competitiva do Campeonato Saudita são desafios adicionais.

A Arábia Saudita não está se movendo apenas no futebol, outras modalidades fazem parte do hall de eventos e investimentos feitos pelo país: tênis, automobilismo, golfe, boxe e MMA são os principais.

Os sauditas ainda serão anfitriões da Copa do Mundo de 2034. Portanto, uma mudança de rota impactaria projetos de longo prazo.

Contudo, comparações com a tentativa anterior da China de fazer investimentos semelhantes e as possíveis ramificações para projetos de longo prazo estão em pauta.

Neymar

O principal brasileiro que foi para o país saudita é Neymar. Ele está machucado e ficará fora de combate até agosto deste ano, quando já estará no seu segundo ano de contrato.

Toda e qualquer debandada passa pela autorização e negociação com os clubes sauditas, com que os atletas assinaram acordos milionários.

Neymar, por exemplo, é tratado como um xeque desde que chegou ao país. Ele recebe no Al-Hilal mais do que ganhava no PSG.

Para sair, se quiser, terá de negociar com os chefões o dinheiro recebido. Isso vale para todos os craques que assinaram contratos com os clubes sauditas.