John Kerry, enviado especial para o clima dos Estados Unidos e Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, apresentaram um balanço da viagem do secretário americano ao país latino, na tarde desta terça-feira (28).

Envie esta notícia no seu Whatsapp

Envie esta notícia no seu Telegram

Durante coletiva à imprensa, as duas autoridades anunciaram o funcionamento de um grupo de trabalho entre os dois países sobre questões climáticas e sociais.

A colaboração entre Brasil e os EUA deve ocorrer até abril de 2023, data da próxima reunião do G20, grupo das maiores economias mundiais.

Marina Silva explica que houve uma atualização do GT, que já era pensado desde 2015.

“Dentro da atualização deste acordo com os Estados Unidos teremos uma agenda de trabalho até abril, quando teremos um encontro no G20 para alinhar essa transição para um mundo mais sustentável, justo, fraterno e de paz”, disse a ministra. 

Fundo Amazônia

A gestora também disse que ainda não existe um valor definido para o Fundo Amazônia, mas que a doação é certeza.

“Não tem como estimar um valor, pois o Congresso americano precisa aprovar o montante. O Fundo Amazônia é um dos instrumentos de colaboração, existem outros instrumentos, como economia, democracia, créditos de carbono”, disse.

Entretanto, durante sua fala, John Kerry anunciou interesse em viabilizar o montante de US$ 9 bilhões (cerca de R$ 47 bilhões) para proteção ambiental.

“Estamos trabalhando com uma legislação que está agora no Congresso, de US$ 4,5 bilhões, mas estamos pensando em US$ 9 bilhões. Sabemos que teremos uma luta para que seja aprovado”, destacou Kerry.

O enviado dos EUA também informou que o país norte-americano trabalha com pontos de desenvolvimento multilaterais, reformas e o com o mercado de carbono.

O secretário especial do governo Biden também manifestou preocupação ambiental no mundo e importância da frente de defesa ampla da Floresta Amazônica, formada por demais países.

“A Amazônia é o teste de toda nossa humanidade de várias formas. Em breve, vocês verão um novo nível de atividade, uma renovação do compromisso para com esse tesouro extraordinário”, garantiu.

Ele também agradeceu o encontro com a chefe da pasta do Meio Ambiente.

“Gratidão e respeito à Marina, uma das líderes mais respeitas em todo o mundo na comunidade ambiental, cuja liderança é importante enquanto tentamos fazer uma série de ações protetivas”, declarou.

Ao final, john Kerry disse que deve retornar ao Brasil, atendendo a convite da ministra do Meio Ambiente para conhecer a Amazônia, mas sem previsão de data.

RELACIONADAS

+ VÍDEO: Marina Silva e John Kerry falam após reuniões sobre questão climática

+ Marina Silva realizará coletiva para falar sobre encontro com John Kerry

+ Marina Silva anuncia que Fundo Amazônia vai ser usado para questão Yanomami

Agenda de John Kerry

Mais cedo, o assessor de clima dos EUA, John Kerry, esteve com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e posteriormente em reunião com Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado. 

Em suas redes sociais, Alckmin compartilhou registros do encontro, realizado nesta terça-feira (28) no Palácio do Itamaraty.

Em entrevista, Pacheco deu mais detalhes sobre os assuntos tratados na reunião, ele conta que houve um alinhamento parlamentar, entre Executivo e Legislativo do Brasil e EUA.

O presidente do Senado ressaltou que o assunto central da reunião se baseou na premissa de que para se desenvolver economicamente há de se submeter a uma realidade de preservação ambiental.

John Kerry chegou ao Brasil na madrugada do domingo (26) e desde então participou de uma série de encontros com autoridades e parlamentares brasileiros.

A vinda do secretário especial para o clima ocorre após o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciar interesse em colaborar financeiramente com o Fundo Amazônia durante encontro com o Lula, em Washington, no início do mês.