O dinheiro público da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) foi usado para beneficiar por duas vezes a fazenda do ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União-MA).

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A informação consta em documentos de dois convênios e o valor bancado com emendas chega ao total de R$ 10 milhões.

Além disso, o documento mostra que o dinheiro abasteceu uma empresa que foi apontada pela Polícia Federal (PF) como sendo do próprio ministro.

De acordo com a informação divulgada pela Folha de S. Paulo, as obras foram feitas por empreiteiras que estão no centro da investigação que mira desvios em contratos custeados com dinheiro da estatal comandada pelo centrão.

O documento mostra que houve uma recuperação da estrada de terra que liga a cidade de Vitorino Freire (MA) a propriedade da família de Juscelino, tudo bancado por um convênio.

Já outro, que ainda não foi finalizado, custeou um contrato para pavimentar a via.

O local denominado como Fazenda da Alegria foi indicado pela PF para ser feito busca e apreensão, com o objetivo de avançar na investigação sobre Juscelino na terceira fase da investigação que mira convênios da Codevasf pagos com emendas parlamentares.

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, negou o pedido feito pelas autoridades.

A estrada e a fazenda ficam em Vitorino Freire, base eleitoral do ministro e comandada por sua irmã, a prefeita Luanna Rezende, ambos filiados à União Brasil. Os dois são investigados na Odoacro, e a prefeita chegou a ser afastada do cargo.

Vale destacar que entre os anos de 2017 e 2019 a recuperação da estrada vicinal de terra que liga o distrito São João do Grajaú ao povoado de Estirão, onde fica a sede da fazenda da família de Juscelino, teve uma emenda liberada, pelo ministro que na época era deputado, no valor de R$ 2,56 milhões.

De acordo com a Folha, a obra foi executada pela empresa Arco Construção que é indicada pela PF como sendo de Juscelino.

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Defesa

A defesa do ministro negou que ele seja dona da empresa e afirmou que a suspeita sobre proveito pessoal do ministro enquanto ainda era deputado, não passa de uma ilação.

Os advogados afirmaram em nota que isso é “mais um ataque na tentativa de criminalizar as emendas parlamentares, um instrumento legítimo e democrático do Congresso Nacional”.

“Não há absolutamente nada que desabone a atuação de Juscelino Filho no Ministério das Comunicações”, finalizou a defesa.