A Justiça Federal em Vilhena (RO) determinou que a Fundação Nacional do Índio (Funai) faça o sepultamento do “índio do buraco”, em até cinco dias.

O enterro deve ser feito na palhoça onde ele foi encontrado morto, na terra indígena Tanaru, e de acordo com as tradições indígenas da região.

A informação foi publicada nesta quinta-feira (3) pelo Ministério Público Federal (MPF).

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Após ser achado morto, o corpo do indígena foi levado à sede da Polícia Federal (PF) em Brasília para coleta de materiais para realização de exames e laudos sobre a causa da sua morte.

A PF fez as coletas e devolveu o corpo do índio do buraco para sua unidade em Vilhena, onde ele permanece até agora.

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O sepultamento do indígena havia sido marcado no início do mês passado mas foi suspenso por ofício da presidência da Funai.

Na ação julgada pela Justiça, o MPF argumentou que a demora no sepultamento do indígena desrespeitava sua dignidade e sua memória, bem como de seu povo, dos povos indígenas de Rondônia e do Brasil e também dos servidores da Funai que o salvaram do extermínio e atuaram por décadas na sua proteção.

A Funai se manifestou à Justiça informando que não tinha obrigação legal de sepultar o indígena, mas esse argumento não foi aceito pelo juiz federal porque, por lei, a Funai é a instituição responsável por garantir o respeito à pessoa do indígena e sua preservação cultural.

Índio do buraco

O índio do buraco era o único sobrevivente de uma etnia desconhecida em condição de isolamento.

Após o genocídio de seu povo, ele viveu em isolamento na sua terra por quase três décadas e nunca quis aproximação de qualquer pessoa.

A característica que possui maior destaque entre seus hábitos é o buraco escavado por ele em todas as suas habitações identificadas.

A ação é a de número 1002480-07.2022.4.01.4103 e pode ser consultada no site da Justiça Federal.

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