O presidente do Uruguai Luis Alberto Lacalle Pou aproveitou o seu discurso na Cúpula dos países da América do Sul, que acontece nesta terça-feira (30) no Palácio do Itamaraty em Brasília, para criticar o Presidente Lula (PT).
+ Envie esta notícia no seu WhatsApp
+ Envie esta notícia no seu Telegram
Lacalle Pou e críticas
“Fiquei surpreso quando se disse que o que acontece na Venezuela é uma narrativa. Vocês já sabem o que nós pensamos com respeito a Venezuela e ao governo da Venezuela”, disse Lacalle Pou.
Ao criticar a relação de Lula com Maduro, o uruguaiano disse não podemos tapar o sol com a peneira.
“Ora, se há tantos grupos no mundo que estão tratando de mediar para que a democracia seja plena na Venezuela, para que se respeitem os direitos humanos, para que não haja preso políticos, o pior que podemos fazer é tapar o sol com a peneira. Vamos dar nomes às coisas e nos ajudar”, argumentou.
A crítica do uruguaio a fala do presidente Lula (PT) vem após o brasileiro dizer nesta segunda (29), após encontro com Maduro, que a Venezuela é “vítima de uma narrativa de antidemocracia e autoritarismo”.
Lula ainda ressaltou que cabe à Venezuela “mostrar a sua narrativa para que as pessoas possam mudar de opinião”.
RELACIONADAS
+ Fórum: meio ambiente foi tema dos presidentes da América do Sul
+ América do Sul: Lula defende integração entre países sul-americanos
+ Lula se reúne com presidentes sul-americanos em Brasília
+ Líderes sul-americanos apostam em integração regional no Brasil
Na oportunidade, Lula disse ainda que “Se eu quiser vencer uma batalha, eu preciso construir uma narrativa para destruir o meu potencial inimigo. Você sabe a narrativa que se construiu contra a Venezuela, de antidemocracia e do autoritarismo”, disse Lula se dirigindo a Maduro.
Repercussão negativa
A fala de Lula teve uma série de repercussões negativas para além da crítica do presidente Lacalle Pou.
O Escritório de Washington para a América Latina (Wola), ONG com sede nos Estados Unidos, condenou as declarações do presidente brasileiro.
“Graves violações de direitos humanos não são uma ‘narrativa’. A dor das vítimas não é uma ‘narrativa’. A abertura de investigação à Venezuela por parte do TPI não é uma narrativa. A Venezuela quer voltar à democracia. Isso se consegue construindo com verdade e justiça”, escreveu a presidente do escritório, Carolina Jiménez Sandoval, em uma publicação no Twitter.
