O ex-policial Ronnie Lessa, preso por envolvimento na morte de Marielle Franco, em 2018, disse em depoimento de delação premiada que soube em um bar sobre a morte do motorista Anderson Gomes.

Anderson e Marielle foram assassinados a tiros, quando ela saía de um evento no centro do Rio de Janeiro. Lessa relatou que, após a execução do crime, foi a um bar na zona Oeste da cidade, acompanhado do ex-policial militar fluminense Élcio Queiroz.

Transferência

Lessa está na prisão desde 2019.  Em 2023, concordou em fazer a delação premiada, em troca de redução da pena e a transferência de prisão.

Nesta sexta-feira (7), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo de parte da delação.  Moraes também determinou a transferência de Lessa do presídio de Campo Grande (MS) para o de Tremembé, em São Paulo.

“Pegamos meu carro e fomos pro Resenha [bar], bebemos. Tinha algumas meninas que são conhecidas minhas da academia. O Darley mostrou as fotos pra gente. Aí descobrimos que tinha uma outra pessoa morta. Até então, não se sabia”, afirmou o ex-policial. 

Endereço difícil

Lessa também disse que teve que escolher outro local para armar a emboscada porque o endereço de Marielle era um local muito difícil.

“Endereço dela era um lugar muito difícil. Com policiamento e sem estacionamento. Tentativas sem êxito levaram que a gente procurasse outros meios”, disse.

“A gente já tinha informações sobre endereço dela, e a partir dali nós tentamos que fosse feito a partir dali, tentamos algumas vezes em vão dar prosseguimento ao fato, só que sem sucesso. Ali é uma área de difícil acesso, não tem onde parar, tem policiais andando na calçada, ali é um lugar difícil de monitorar”, continuou o atirador,  assassino confesso da vereadora.

A emboscada contra Marielle aconteceu na saída dela de um evento na Casa das Pretas, no Estácio, bairro do centro do Rio de Janeiro.