Após integrantes do centrão pressionarem por mais espaços no governo, o presidente Lula (PT) deu aval para que aliados negociem cargos.

Esses cargos serão negociados com PP e Republicanos no primeiro escalão e também órgãos como Caixa Econômica Federal e da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

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Segundo integrantes do Palácio do Planalto, ouvidos pela Folha, a ideia de Lula é articular as funções com os parlamentares em bloco, de forma conjunta, para que uma indicação possa contemplar um grupo político, e não apenas um partido.

A avaliação de membros do governo e do centrão é de que uma negociação ampla de cargos terá mais efeito para a formação da base parlamentar de Lula do que trocas pontuais na Esplanada.

A única certeza que há entre auxiliares próximos ao petista é que deputados do PP e Republicanos pediram e o presidente está disposto a oferecer dois ministérios a eles, mas os cargos que serão ofertados não estão fechados.

O governo também resiste a ceder a Embratur, atrelada ao Ministério do Turismo, que passará a ser comandado pelo deputado Celso Sabino (União Brasil-PA), no lugar da deputada Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ), que pediu para se desfiliar do partido.

No lugar da Embratur, Lula deu aval a negociar outras estatais.

No caso da Caixa, a própria presidente da instituição, Rita Serrano, tem sido alvo de críticas no governo e do próprio PT, e por isso aliados do mandatário avaliam que deve ser mais fácil ceder o comando do banco.

Funasa

No caso da Funasa, ainda há discussão sobre o que será feito do órgão, mas no Palácio do Planalto já é dado como certo que o comando dela será fruto de indicação política.

A fundação, que atua em obras de saneamento básico em cidades pequenas, historicamente serviu para acomodações políticas.

O governo planejava extingui-la, mas o Congresso Nacional decidiu recriá-la durante votação da MP (medida provisória) que organizou a Esplanada dos Ministérios.

Com isso, o governo precisa regulamentá-la e planeja enxugar o espaço que antes tinha a estatal.

A Funasa teve orçamento de R$ 3,4 bilhões em 2022, no governo Jair Bolsonaro (PL), com estruturas distribuídas pelas 27 unidades da Federação.

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