O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve conversar, nesta quarta-feira (4) com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez.

Segundo Lula, o tema será o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia.

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A conversa deve ocorrer por telefone e acontece um dia após o petista assumir o comando do Mercosul — formado por Brasil Argentina, Paraguai e Uruguai.

Sánchez, por sua vez, tomou posse, no último dia 1º, como presidente do Conselho da União Europeia.

Nesta terça-feira (4), Lula classificou o acordo entre os blocos como um dos “compromissos que já não podem mais ser adiados”.

Segundo o presidente, o premiê espanhol indicou que “seria importante fazer o acordo enquanto ele presidisse” a representação da União Europeia.

Tanto o mandato do petista quanto o de Sánchez vão durar seis meses.

A negociação entre Mercosul e União Europeia teve início em 1999. Partes da discussão foram encerradas entre 2019 e 2020.

Com receio da política ambiental de Jair Bolsonaro (PL) por parte dos europeus, o acordo não foi finalizado.

Desde 2020, os termos seguem em revisão para assinatura.

Recentemente, já no governo Lula, instrumentos foram adicionados pela União Europeia para conclusão do acordo.

Os dispositivos estabelecem punições em caso de descumprimentos de obrigações dos países signatários, em especial no agronegócio.

O Planalto tem avaliado negativamente as condições.

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No encontro dos chefes de Estado do Mercosul que ocorreu nesta terça-feira (5), o presidente Lula criticou a proposta do bloco europeu, mas pontuou que está “comprometido” com o encerramento das tratativas.

“O instrumento adicional, apresentado pela União Europeia em março deste ano, é inaceitável. Parceiros estratégicos não negociam com base em desconfiança e ameaça de sanções. É imperativo que o Mercosul apresente uma resposta rápida e contundente”, destacou.

Lula indicou que as condições do bloco europeu serão o tema principal da ligação que ele fará para Sánchez na tarde de hoje.

“Vou conversar com o presidente Pedro Sánchez e vou tentar estabelecer com ele uma relação para ver se a gente consegue… Nós temos, no Brasil, um material estudado, temos que enviar para todos os presidentes que compõem o Mercosul para que a gente possa avaliar e quem sabe convocar uma reunião de ministros [do Mercosul] para poder definir o texto que queremos apresentar [como contraproposta aos instrumentos adicionais da União Europeia]”, afirmou.