O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que acredita que a porta do Palácio do Planalto não foi arrombada, mas aberta por dentro, durante os atos antidemocráticos do último domingo (8).
O pronunciamento foi feito durante café da manhã com jornalistas na quinta-feira (12).
+ Envie esta notícia no seu WhatsApp
+ Envie esta notícia no seu Telegram
“Eu estou convencido de que a porta do Palácio do Planalto foi aberta para que gente entrasse, porque não tem porta quebrada. Significa que alguém facilitou a entrada deles aqui”, destacou.
Lula também falou sobre a falta de atuação de alguns agentes da Polícia Militar do Distrito Federal durante a invasão e depredação do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal.
“Teve muita gente da Polícia Militar conivente, teve muita gente das Forças Armadas aqui dentro conivente”, ressaltou.
Depredação de obras no Planalto
No Palácio do Planalto, os vândalos destruíram os vidros e janelas do prédio, a galeria com fotos de ex-presidentes, inundaram o térreo e depredaram diversos móveis do palácio.
Como é a sede do Poder Executivo, o Planalto reúne também um dos mais importantes acervos de obras artísticas do país, e a grande maioria foi danificada.
Confira o levantamento abaixo
No térreo do Planalto
- Obra “Bandeira do Brasil”, de Jorge Eduardo, de 1995 — a pintura foi encontrada boiando sobre a água que inundou todo o andar, após vândalos abrirem os hidrantes ali instalados;
- Galeria dos ex-presidentes — totalmente destruída, com todas as fotografias retiradas da parede, jogadas ao chão e quebradas.
No 2º andar do Planalto
- O corredor que dá acesso às salas dos ministérios que funcionam no Planalto foi brutalmente vandalizado. Há muitos quadros rasurados ou quebrados, especialmente fotografias.
RELACIONADAS
+ Justiça Federal bloqueia R$ 6,5 milhões de financiadores de atos em Brasília
+ Terrorismo em Brasília: PGR abre inquérito contra 3 deputados
+ Lula e governadores se unem em Brasília para condenar atos golpistas
No 3º andar do Planalto
- Obra “As mulatas”, de Di Cavalcanti — a principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto foi encontrada com sete rasgos, de diferentes tamanhos. Seu valor está estimado em R$ 8 milhões, mas peças desta magnitude costumam alcançar valores até 5 vezes maiores em leilões;
- Obra “O Flautista”, de Bruno Giorgi — a escultura em bronze foi encontrada completamente destruída, com pedaços espalhados pelo salão. Está avaliado em R$ 250 mil;
- Escultura de parede em madeira de Frans Krajcberg — quebrada em diversos pontos. A obra se utiliza de galhos de madeira, que foram quebrados e jogados longe. A peça está estimada em R$ 300 mil;
- Mesa de trabalho de Juscelino Kubitscheck — exposta no salão, a mesa foi usada como barricada pelos terroristas. Avaliação do estado geral ainda será feita.
- Mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues — o móvel abriga as informações do presidente em exercício. Teve o vidro quebrado.
- Relógio de Balthazar Martinot — o relógio de pêndulo do Século XVII foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI. Martinot era o relojoeiro de Luís XIV. Existem apenas dois relógios deste autor. O outro está exposto no Palácio de Versailles, mas possui a metade do tamanho da peça que foi completamente destruída pelos invasores do Planalto. O valor desta peça é considerado fora de padrão.
Segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ataque às sedes dos Três Poderes é sem precedentes na história do Brasil. Os prejuízos estimados no Senado Federal chegam a R$ 3,5 milhões e na Câmara dos Deputados, alcançam R$ 3,03 milhões.