O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira (2), durante evento de retomada do Bolsa Família, que a fiscalização do Cadastro Único é essencial para o funcionamento do programa. 

“Não é um programa de um presidente, de um governo, mas da sociedade brasileira. […] O programa só vai dar certo se o cadastro permitir que o benefício chegue”, reforçou.

+ Envie esta notícia no seu WhatsApp

+ Envie esta notícia no seu Telegram

Em seu discurso, o petista ainda pediu o apoio da mídia na fiscalização do Bolsa Família.

“Peço fiscalização da imprensa brasileira para fiscalizar esse programa com muita responsabilidade. […] Se alguém que não tiver que receber não vai receber”, disse.

A retomada do programa ocorreu em evento no Palácio do Planalto, por volta das 11h40. 

Lula ainda destacou que o programa não vai resolver todos os problemas do país e que é preciso uma política de crescimento econômico, de transferência de renda através de salário. 

Economia no Brasil

Sobre economia, o presidente destacou que o “Brasil não cresceu nada” em 2022 e ainda disse que o desafio é fazer a economia voltar a crescer.

Neste ponto, Lula ressaltou que “se o governo federal não investir dinheiro como indutor do desenvolvimento nada vai acontecer”.

O presidente ainda afirmou que bancos públicos vão voltar a investir no desenvolvimento. 

Crítica Petrobras

A crítica maior recaiu sobre a Petrobras, que segundo Lula, “ao invés de investir no país resolveu agraciar acionistas minoritários com R$ 215 bilhões”.

A estatal anunciou, nesta quarta-feira (1°), o lucro recorde de R$ 188,3 bilhões em 2022. A Petrobras vai distribuir R$ 215,7 bilhões, o dobro de 2021, para acionistas. 

O presidente ressaltou que a descoberta do pré-sal foi para favorecer a exportação de derivados de petróleo e não de exportar o óleo cru. 

“Empresas brasileiras e banco brasileiros tem que pensar primeiro nesse país para depois pensarem nos seus lucros”, finalizou. 

Bolsa Família

O presidente Lula assinou, nesta quinta, a Medida Provisória para estabelecer as novas definições do Bolsa Família. 

Isamara Mendes da Silva, beneficiária do novo Bolsa Família, foi a primeira a discursar durante o evento. 

Filha de feirantes em cidade no interior da Bahia, Isamara hoje é bióloga, com mestrado e doutorado na Universidade de São Paulo (USP).

Agradeceu a sua mãe, que “com toda a sabedoria de uma mulher nordestina e sertaneja, investiu como pode em nossa educação” e também diretamente a Lula durante o evento. 

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, também discursou durante o evento.

“Quem vive a fome tem até vergonha de dizer que passa fome e quem nunca viveu a fome não pode nem imaginar como é”, afirmou.

Além disso, o ministro ressaltou que o Bolsa Família, “não é só transferência de renda, é uma política de vida, para uma vida melhor”.

Dias destacou a presença de duas famílias durante o evento, uma que estava fora do programa e outra que já estava, mas vai receber os adicionais. 

“Cerca de 700 mil famílias que estavam passando fome voltam a ser atendidos junto com o Bolsa Família”, afirmou o ministro. 

Além dos ministros e do presidente, estavam presentes também a primeira-dama, Janja Lula Silva, e a presidente da Caixa Federal, Maria Rita Serrano.

Também participaram do lançamento, os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Educação, Camilo Santana.

RELACIONADAS

+ VÍDEO: Lula lança novo Bolsa Família

+ Bolsa Família volta nesta quinta com extra de R$ 150 por criança de até 6 anos

Novo Bolsa Família

A partir de agora, o programa deixa de ser Auxílio Brasil e passa novamente a se chamar Bolsa Família.

As famílias vão receber R$ 600 por mês e mais R$ 150 por criança de até 6 anos. 

Outra novidade é o adicional de R$ 50 por criança e jovem de 7 a 18 anos incompletos e também por cada mulher gestante na família. 

Para manter o benefício, será necessário que as famílias tenham a caderneta de vacinação atualizada e que as crianças e jovens possuam frequência assídua na escola.

Além disso, outras duas condições para assegurar o pagamento da família são que as crianças menores de 7 anos devem passar por acompanhamento nutricional e gestantes devem realizar pré-natal.

Os pagamentos serão iniciados no dia 20 de março. Além disso, o ministro destacou que haverá a criação de uma renda mínima por pessoa de R$ 142.

Outras duas regras vão ser implementadas: 

– A regra de proteção, na qual se a família melhorar de vida, a renda dela pode aumentar até meio salário mínimo per capita sem que ela saia de imediato do programa;

– Retorno garantido, ou seja, as famílias que se desligarem voluntariamente do programa ou perderem renda e precisarem voltar ao programa terão prioridade no retorno.