O nome de Antonieta de Barros será inserido no livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Ela é a primeira mulher negra a ser eleita deputada no Brasil.

A lei que adiciona o nome da ex-parlamentar na literatura foi assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta quinta-feira (5).

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A catarinense iniciou seu mandato como deputada estadual em 1934, sendo eleita novamente em 1947.

A aprovação do nome de Antonieta de Barros para entrar no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria foi autorizada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados em junho de 2022.

O Projeto de Lei 4940/20 é de autoria do deputado Alessandro Molon (PSB-RJ).

Trajetória de Antonieta de Barros

Durante seu primeiro mandato, a deputada foi autora da lei estadual para a criação do dia do professor, em 15 de outubro.

Em seu discurso, na promulgação da lei, em 1948, Antonieta de Barros destacou a importância da educação para todos.

“Educar é ensinar os outros a viver, é iluminar caminhos alheios, é amparar debilitados, transformando-os em fortes, é mostrar as veredas, apontar as escaladas, possibilitando avançar, sem muletas e sem tropeços, é transportar às almas que o Senhor nos confiar, à força insuperável da Fé”, disse em seu discurso.

Antonieta de Barros foi eleita menos de meio século depois da abolição da escravatura, em 1888, e dois anos depois da conquista do sufrágio universal, em 1932, quando as mulheres tinham direito ao voto facultativo.

Além de ser a primeira mulher negra deputada estadual do Brasil, Antonieta de Barros também foi a primeira deputada no parlamento catarinense.

Ela é a primeira representante feminina negra no Poder Legislativo na América Latina, segundo a biógrafa Jeruse Romão.

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Antonieta está entre as três primeiras mulheres eleitas no país, sendo a única negra.

Em 1927, Alzira Soriano foi eleita prefeita de um município do Rio Grande do Norte.

Já em 1934, a médica Carlota Pereira de Queirós foi eleita deputada federal por São Paulo.

Filha de uma mulher escravizada, que foi libertada depois, Antonieta de Barros também foi professora e fundou uma escola em Florianópolis.

Além disso, ela também foi cronista e escritora, criou revistas e jornais e publicou o livro Farrapos de Idéias.

Na literatura, ela escreveu que “a grandeza da vida, a magnitude da vida, gira em torno da educação”.

Antonieta de Barros utilizava o pseudônimo de “Maria da Ilha”.

A parlamentar faleceu em 28 de março de 1952, em Florianópolis, aos 51 anos.

O livro de Heróis e Heroínas da Pátria está no Memorial Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília.