O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu, na manhã desta quarta-feira (18), com representantes das centrais sindicais para discutir o reajuste do salário mínimo para 2023.
O encontro ocorreu no Palácio do Planalto, que ainda passa por manutenção depois dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
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A fila para entrar no Palácio do Planalto chegou a dar volta no prédio.
Garantir um sistema de seguridade social, valorizar os direitos trabalhistas e fortalecer os sindicatos são três pontos que o presidente Lula prometeu aos líderes sindicais.
“Não queremos que o trabalhador seja um eterno fazedor de bico. […] Democracia quanto mais séria, mais ela precisa de sindicatos. […] Vocês têm aqui um sindicalista que virou presidente da República”, afirmou.
A correção do imposto de renda também é uma das promessas do presidente aos sindicalistas, que afirmou que quer “colocar o pobre no orçamento da União e colocar o rico no imposto de renda”.
“Pobre hoje que ganha R$ 3.000, proporcionalmente ele paga mais que alguém que ganha R$ 100 mil. […] Quem ganha muito, paga pouco”, completou. Lula também mencionou que a reforma tributária vai ocorrer no primeiro semestre.
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Salário mínimo
O valor do salário mínimo atualmente é de R$ 1.302.
A quantia prevista no Orçamento de 2023 era de R$ 1.320 para este ano. No entanto, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o montante reservado de R$ 6,8 bilhões não será suficiente para aumentar o valor do piso salarial.
As centrais sindicais pedem o aumento do salário mínimo para R$ 1.342.
Na última terça-feira (17), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a decisão sobre o aumento do salário mínimo cabe ao governo, mas a definição será após as negociações com as centrais sindicais.
O pronunciamento foi feito durante o Fórum Econômico Mundial, que ocorre em Davos, na Suíça.
Mais cedo, o presidente falou sobre o encontro em suas redes sociais.
“Foram 4 anos em que trabalhadores não eram ouvidos pelo governo federal”, afirmou.
Tuíte de Lula
Os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e do Trabalho, Luiz Marinho, participaram do encontro.
Sobre as longas jornadas de trabalhadores de aplicativos, Marinho afirmou que “beira o trabalho escravo”.
“As empresas de aplicativo, as plataformas, não se assustem, não é nada demais, somente é o propósito de valorizar trabalhador e trazer a proteção social. […] Vamos visitar a atual legislação uma por uma para poder rediscutir”, afirmou.
Cobranças dos líderes sindicais
Além da valorização do salário mínimo, os sindicalistas pediram a regulamentação do trabalho por aplicativos e o fortalecimento da negociação coletiva.
Solicitaram também a desoneração das pessoas em situação de vulnerabilidade econômica e a correção da tabela do Imposto de Renda.
Representantes sindicais também parabenizaram o retorno do Ministério do Trabalho ao governo Lula, que foi extinto durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro, e pediram o fortalecimento dos direitos trabalhistas.
Condenaram os atos antidemocráticos e agradeceram o trabalho das equipes de manutenção e limpeza.
Antonio Fernandes dos Santos Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros, pediu a revogação de três leis: uma sobre a reforma trabalhista, outra sobre a terceirização e a última sobre liberdade econômica.
Para o líder sindical, as regulações geraram insegurança jurídica para muitos trabalhadores.
A conversa com sindicalistas ocorreu após encontros de Lula com o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, com o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, e com o vice-presidente nacional da CUT, Vagner Freitas.
Estas reuniões foram realizadas na última terça-feira (17).
Depois da reunião no Planalto, está programada uma audiência das centrais sindicais com o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin.
Na quinta-feira (19), há mais duas reuniões programadas dos sindicalistas com os ministros do Trabalho, Luiz Marinho, e da Previdência Social, Carlos Lupi.
Alguns dos representantes de centrais sindicais que participaram do evento e discursaram sobre as principais cobranças do movimento sindical:
- Adilson Araújo – presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
- Moacyr Roberto Tesch Auersvald – presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores
- Nilza Pereira de Almeida – secretária geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora
- Antonio Fernandes dos Santos Neto – presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros
- Sérgio Nobre – Presidente da Central Única dos Trabalhadores
- Miguel Torres – Presidente da Força Sindical
- Ricardo Patah – Presidente da União Geral dos Trabalhadores