A justiça manteve presa Erika de Souza Vieira Nunes, de 43 anos, que na terça-feira (16), conduziu a uma agência bancária, em uma cadeira de rodas, Paulo Roberto Braga, de 68 anos, cuja morte foi confirmada dentro do banco.

De acordo com Folha Vitória, Érika foi presa em flagrante por furto mediante fraude e vilipêndio a cadáver. Com a decisão, ela permanecerá presa, aguardando julgamento.

Na audiência, foi dito que Érika tem quatro filhos e morava com eles e o tio, agora morto. Para levar o tio ao banco, ela deixou a filha deficiente, Beatriz, aos cuidados do irmão de 27 anos.

A juíza Rachel Assad da Cunha atendeu o MP-RJ e afirmou que, pelo que se percebe nos vídeos, quem queria fazer o empréstimo era Érika, embora o dinheiro não pertencesse a ela. Registrou ainda que a presa parecia mais preocupada com o empréstimo do que com a saúde do tio e a possibilidade de ter levado o tio já morto ao banco “torna a ação mais repugnante e macabra”.

“A questão é definir se o idoso, naquelas condições, mesmo que vivo estivesse, poderia expressar a sua vontade. Se já estava morto, por óbvio, não seria possível. Mas, ainda que vivo estivesse, era notório que não tinha condições de expressar vontade alguma, estando em total estado de incapacidade”, escreveu a juíza.

A juíza disse ainda ter sido informada de que o idoso recebeu alta de internação por pneumonia na véspera da ida ao banco. “Caberá à instrução probatória verificar, ainda, se a própria conduta (de levá-lo ao banco) não teria contribuído ou acelerado o evento morte, por submeter o idoso a tanto esforço”, escreveu.