“Foi uma briga de família”, diz mãe de Bruno Cristher Araújo de Souza, de 23 anos, suspeito de matar a própria tia em 2023, na capital amazonense.  

A fala dela, realizada na manhã desta segunda-feira (8), em frente à Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), vai contra as investigações da Polícia Civil do Amazonas, que apontam que a ação criminosa foi proposital. Bruno foi preso na delegacia por suspeita de matar a tia.

Conforme Samara Rodrigues, mãe de Bruno, na ocasião do assassinato realizado no dia 17 de dezembro de 2023, o filho, a tia e outros familiares estavam consumindo drogas. 

No entanto, por um acidente, a arma teria disparado contra a tia de Bruno. Samara Rodrigues alega que o filho não atirou de forma intencional.  

“O meu irmão, com raiva do meu filho, está denunciando que ele é um homicida. Isso é mentira. Era todo mundo junto usando drogas”, contou.  

A princípio, ela relatou que o filho e familiares não têm relação com facções. Depois, voltou atrás e disse que o grupo teria envolvimento com facção criminosa. “[A arma] era deles da facção, todo mundo junto”, disse. 

Em seguida, negou novamente que eles teriam envolvimento com o crime organizado. Ela também salientou que o filho, a tia e os parentes tinham boa relação. 

Envolvimento com o tráfico de drogas

Conforme o delegado Ricardo Cunha, titular da DEHS, Bruno teria contado aos policiais, no início das investigações, uma “história fantasiosa”, que foi rapidamente desmentida pela polícia. 

No decorrer das apurações, Bruno foi identificado como ator central do crime. Um dos indícios seria o fato que ele comemorou nas redes sociais a morte da tia.  

“Verificamos que ele chegou a comemorar a morte da tia, mas ao saber que estava sendo investigado, apagou as postagens e começou a dizer que estava de luto, em uma tentativa de despistar as diligências”, afirma a delegada Marília Campello, adjunta da DEHS.

Também foi constatado a existência de um mandante do crime, que já foi preso. Marília Campello afirmou que Bruno seria um “soldado” de uma facção criminosa do Amazonas.  

A delegada informou que a tia usava drogas e sedia a casa para a venda dos entorpecentes. Também ressaltou que dois meses antes da morte da tia, Bruno teria quebrado as duas pernas dela, a mando de uma facção criminosa.  

A motivação do crime seria em razão da facção ver a vítima como um problema, por causar muita confusão durante a venda das drogas. Bruno foi encaminhado, nesta segunda-feira, à sede da DEHS e deve permanecer preso à disposição da Justiça.