Contar a história de Manaus é também narrar conquistas. No aspecto econômico, o Polo Industrial de Manaus (PIM) é um marco em 352 anos de fundação da capital. Desde 1967, o modelo de desenvolvimento garante benefícios como arrecadação de tributos e geração de postos de trabalho.

No aniversário da capital, o Portal Norte destaca como a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e um economista analisam o momento atual do PIM, e revela também algumas curiosidades do polo que ainda é o grande propulsor das finanças do Amazonas.

Porto Franco

Foi ainda no século 19 que os ventos de uma zona franca começaram a soprar favoráveis ao Amazonas. Partiu do deputado alagoano Aureliano Tavares Bastos a ideia do livre comércio. Em viagem a Manaus, em 1865, ele afirmou: “Manaus, Porto Franco, seria o empório dos países amazônicos”.

Segundo dados históricos divulgados pela Suframa, o deputado federal Francisco Pereira da Silva foi incentivado pela ideia de Tavares, quando apresentou, em 1951, na Câmara dos Deputados, o projeto com a proposta de criação de um porto franco na capital amazonense.

Em fevereiro de 1967, o Decreto-Lei nº 288, finalmente, dava início ao porto livre destinado ao armazenamento, beneficiamento e retirada de produtos do exterior. Começava ali a história do modelo de desenvolvimento que garantiria renda, trabalho e também desenvolvimento por meio de acesso a tecnologias mundiais.

 

Garça Branca

Você já deve ter visto o desenho de uma garça branca de asas abertas em produtos eletrônicos produzidos em Manaus. Talvez muita gente não saiba, mas esse símbolo que também tem as inscrições “Produzido no Polo Industrial de Manaus” e “Conheça a Amazônia” existe a partir do início dos anos 1980.

O selo foi criado pela agência Saga Publicidade. A escolha da garça era uma referência a uma ave da Amazônia e que também pode ser encontrada em todo o Brasil. Para os autores do selo, a leveza, o apelo visual e a liberdade para voar traduzem a abrangência do polo, um modelo nacional de desenvolvimento econômico e social.

Foto: Reprodução – Selo do PIM

 

1ª Fábrica do PIM

Curiosamente, a 1ª fábrica do Polo Industrial de Manaus não foi instalada no famoso Distrito Industrial, localizado na Zona Sul da capital.

A Beta S/A, fabricante de joias e relógios, não quis aguardar a inauguração do Distrito Industrial no final dos anos 1960, para se instalar, e adquiriu um terreno na zona Centro-Sul de Manaus, onde funcionou até meados da década de 1990.

Atualmente, o imóvel já não existe, pois deu lugar a um prédio na esquina da Av. Mário Ypiranga e Rua Belo Horizonte.

Reprodução – Maquete da fábrica da Beta S/A

 

Prorrogações

O primeiro prazo para encerrar os benefícios da Zona Franca de Manaus (ZFM) era 1997.

O PIM teve a primeira prorrogação, por mais 10 anos, em 16 de abril de 1986, por meio do Decreto nº 92.560.

Em 1988, reconhecida como área de desenvolvimento econômico, a ZFM ganhou novo fôlego, por mais 25 anos.

Em agosto de 2014, a Emenda Constitucional 83/2014 prorrogou o prazo de vigência dos benefícios do PIM por mais 50 anos, até 2073.

 

Expectativas

Cerca de 95% da produção do Polo Industrial de Manaus é destinada ao mercado nacional.

Apesar do período desafiador para a indústria, as empresas, aos poucos, estão conseguindo reerguer seus números diante da pandemia do coronavírus.

Nos sete primeiros meses de 2021, o faturamento do PIM foi de R$ 87 bilhões, um crescimento de 52% na comparação com o mesmo período do ano passado. A média mensal de empregos foi 102 mil vagas diretas de trabalho, o que representa aumento de 12% em relação ao mesmo intervalo de 2020.

“Nós vamos chegar no fim do ano com um faturamento recorde e isso é fruto da capacidade do poder de compra da população, das decisões do governo federal, das mudanças de hábitos da nossa população”, diz otimista o superintendente da Suframa, Algacir Polsin.

Foto: Reprodução/Suframa – Algacir Polsin, superintendente da Suframa

 

Segundo a Suframa, o PIM tem 600 empresas instaladas e subdivididas, principalmente, nos setores de duas rodas, ar-condicionado, eletrônicos e informática.

Países como o Japão e os Estados Unidos são considerados os maiores investidores. Há expectativa de outras empresas estrangeiras chegarem com mais inovação como, por exemplo, marcas da Coreia do Sul.

“Nós somos dependentes das demandas do nosso produto, e também da capacidade de logística, de que podemos receber esses produtos do exterior […] Nós tivemos constantemente mais de 30 projetos aprovados em cada reunião do conselho de administração da Suframa, com uma expectativa de geração de empregos e investimentos para os próximos três anos.” afirma a superintendente.

Para o economista Orígenes Martins, um ponto fundamental, que caminha ao lado do desenvolvimento econômico, é que a existência de um polo de indústrias na Amazônia também representa sustentabilidade.

“Hoje, o Amazonas tem 82% de suas florestas preservadas. Isso se deve ao fato do modelo atuante, produtivo e efetivo que é o Polo Industrial de Manaus. Como gera emprego e renda, não existe a necessidade de ficar destruindo as florestas como já existe em outros estados”, concluiu.

 

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